06 de fev 2025
Empresário espanhol é investigado por envolvimento em caça ilegal de jaguares na Bolívia
Fotos de caçadores com jaguares mortos viralizaram, revelando caça ilegal na Bolívia. A empresa Caza & Safaris oferecia pacotes de até 48 mil euros para caçadores. Sete pessoas foram presas na Argentina em operação contra a caça ilegal em 2022. Jorge Néstor Noya e Luis Villalba são investigados por matar cinco jaguares em 2023. A rede opera desde mil novecentos e setenta e nove, com possíveis cúmplices em cargos públicos.
"O empresário espanhol Luis Villalba Ruiz (direita) e Jorge Néstor Noya, proprietário de Caza & Safaris, posam ao lado de um jaguar supostamente caçado na área protegida AMNI San Matías, na Bolívia. (Foto: Cedida por Nómadas)"
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Fotografias de caçadores sorridentes com jaguares mortos viralizaram na Bolívia, revelando a atuação da empresa Caza & Safaris, que oferecia pacotes de até 48.000 euros para a caça ilegal de animais silvestres na América do Sul. A Polícia Federal Argentina realizou uma operação em agosto de 2024, confiscando mais de 3.000 troféus de caça e indiciando sete pessoas. Recentemente, a Justiça boliviana abriu investigação contra Jorge Néstor Noya, líder da organização, e seu cliente espanhol, Luis Villalba Ruiz, acusado de matar cinco jaguares em setembro de 2023.
Noya, atualmente em prisão domiciliar na Argentina, e Villalba enfrentam acusações de biocídio e destruição de bens do Estado, com penas que podem chegar a 19 anos de prisão. O promotor Alberto Zeballos solicitou informações sobre o paradeiro de Villalba, que supostamente caçou jaguares em área protegida. A denúncia foi feita pela deputada Maria Rene Álvarez e outros grupos de proteção ambiental.
A investigação revelou que Noya atraía clientes em convenções de caça nos Estados Unidos e na Espanha. Villalba, autodenominado "um dos poucos caçadores com arco no mundo", teria viajado de avião para a Bolívia, onde caçou jaguares, espécie ameaçada de extinção. A revista Nómadas identificou outros espanhóis nas fotos dos caçadores, incluindo Eduardo Romero Nieto, que negou envolvimento em caça ilegal, e Diego Romero Ferragut, que não respondeu aos contatos.
Desde 1979, a rede de Noya já realizou 30 expedições à Bolívia, onde os restos dos animais eram processados em oficinas ilegais na Argentina. A investigação continua, e a destituição do diretor do Serviço Nacional de Áreas Protegidas sugere possível conivência de funcionários públicos. Além de jaguares, a organização também caçava ciervos, javalis e búfalos, conforme evidenciado na operação policial que apreendeu 37 veículos e outros bens.
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