Ministros do STF aguardam denúncia da PGR sobre trama golpista envolvendo Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está avaliando a possibilidade de fatiar a denúncia no caso da trama golpista, que envolve 40 indiciados pela Polícia Federal (PF). A primeira leva deve incluir Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, conforme análise de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa estratégia visa individualizar as condutas dos acusados e otimizar o julgamento, com a expectativa de que as análises ocorram ainda em 2025.

A PF, em relatório de 884 páginas, afirma que Bolsonaro "planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva" em um plano de golpe de Estado. Os atos executórios, segundo a PF, tinham como objetivo abolir o Estado democrático de direito, mas não se concretizaram por fatores externos. A PGR, sob a liderança de Paulo Gonet, pode apresentar diferentes denúncias, abrangendo todos os envolvidos, mas ainda está avaliando quem mais deve ser incluído no primeiro núcleo.

Parlamentares aliados de Bolsonaro acreditam que a PGR pode poupá-lo em algumas investigações, apesar da falta de indícios concretos. A bancada bolsonarista espera que ele seja denunciado no caso do golpe, mas torce para que não seja incluído nas investigações sobre falsificação de vacinas e joias da Arábia Saudita. A apreensão aumentou com a expectativa de que as primeiras denúncias sobre o golpe sejam apresentadas nas próximas semanas.

Os advogados de defesa dos 37 indiciados pela PF aguardam a denúncia que será enviada ao STF por Gonet. A certeza de que os principais envolvidos, como Bolsonaro e Braga Netto, serão denunciados gera uma expectativa intensa, com o Brasil se preparando para um dos julgamentos mais importantes do ano a partir de março.