18 de fev 2025
Amnesty International critica proposta de proibição de véus em competições esportivas na França
A proposta de lei visa proibir o uso de headscarves em competições esportivas. A Amnesty International critica a medida como discriminatória contra muçulmanas. O debate no Senado pode reacender a discussão sobre secularismo na França. A exclusão de atletas muçulmanas já gerou controvérsia nas Olimpíadas de Paris. O projeto enfrenta incertezas, necessitando de apoio na câmara baixa para avançar.
"Nouhaila Benzina, do Marrocos, caminha pelo campo durante uma visita de familiarização antes de sua partida do Grupo H da Copa do Mundo Feminina contra a Alemanha em Melbourne, Austrália, em 23 de julho de 2023. (Foto: AP Photo/Victoria Adkins, Arquivo)"
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Amnesty International está pressionando os legisladores franceses a rejeitar um projeto de lei que visa proibir o uso de lenços de cabeça em competições esportivas. O projeto, apoiado por senadores de direita, será debatido a partir de terça-feira na câmara alta do parlamento francês e busca banir todas as vestimentas e símbolos "ostensivamente religiosos" durante os eventos. A organização considera que essa medida é discriminatória e pode reacender o debate sobre a laicidade, um princípio fundamental da República Francesa.
Atualmente, as federações esportivas têm liberdade para decidir sobre a permissão do uso de lenços, com esportes como futebol e rúgbi já optando pela proibição. O projeto ainda está em fase inicial, e a votação desta semana marca o início de um longo processo legislativo, cuja conclusão é incerta. Mesmo que os senadores aprovem a proposta, a câmara baixa terá a palavra final, e a aprovação exigirá uma coalizão de forças que normalmente não colabora.
As críticas da Amnesty surgem após a atleta francesa Sounkamba Sylla ter sido impedida de participar da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris por usar um hijab. Embora tenha conseguido competir usando um cap, a situação gerou indignação internacional. A presidente do Comitê Olímpico Francês afirmou que os atletas estão sujeitos aos princípios seculares que proíbem o uso de símbolos religiosos, incluindo o hijab.
A organização denunciou que o projeto visa, na prática, excluir mulheres e meninas muçulmanas das competições esportivas. A laicidade, que deveria proteger a liberdade religiosa, tem sido usada para restringir o acesso de mulheres muçulmanas a espaços públicos. Além disso, a federação de futebol do país já havia sido autorizada a proibir o uso de lenços, mesmo reconhecendo que isso limita a liberdade de expressão. A proposta de lei, se aprovada, pode intensificar o ambiente hostil enfrentado por muçulmanos na França, segundo a Amnesty International.
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