Grupo de homens uigures detidos na Tailândia pode ter sido deportado para a China

Um grupo de homens uigures detidos na Tailândia por mais de uma década pode ter sido deportado para a China na manhã de quinta-feira, conforme relatos de legisladores, ativistas e advogados tailandeses. Caminhões com janelas cobertas foram vistos deixando um centro de detenção, e a China anunciou a repatriação de cidadãos chineses, embora não tenha especificado a etnia dos deportados. Um funcionário do governo tailandês confirmou que a deportação estava programada para a manhã de quinta-feira, mas as identidades dos informantes foram mantidas em sigilo.

Na tarde de quinta-feira, a emissora estatal chinesa CCTV informou que quarenta imigrantes ilegais haviam sido repatriados, alegando que eles foram "enganados por organizações criminosas". No entanto, imagens dos repatriados sugerem que muitos pertencem à etnia uigur. Mês passado, os detidos fizeram um apelo público contra a deportação, temendo prisão e possível morte na China. Legisladores tailandeses pediram ao governo que suspendesse os planos de deportação.

A situação se agravou quando uma advogada que mantinha contato com os uigures perdeu comunicação com eles. Um jornalista da AP presenciou um aumento na segurança ao redor do centro de detenção, onde foi temporariamente detido. Caminhões deixaram o local em direção a um aeroporto, e um voo não programado da China Southern partiu de Bangkok para a região de Xinjiang, levantando suspeitas sobre a deportação.

Os uigures, uma etnia muçulmana da região de Xinjiang, enfrentam uma repressão severa na China, com relatos de abusos e detenções em massa. Desde 2014, mais de 300 uigures foram detidos na Tailândia, e a deportação de 109 deles em 2015 gerou indignação internacional. A atual situação dos 48 uigures restantes é crítica, com denúncias de condições desumanas e restrições severas. Advogados afirmam que a deportação violaria tanto a lei tailandesa quanto normas internacionais, prejudicando a reputação do país.