06 de mar 2025
Carnaval traz reconhecimento facial e violência policial em meio às festividades
Capitais brasileiras adotaram reconhecimento facial no Carnaval, visando segurança. Aumento de prisões de foragidos foi registrado, mas surgiram casos de violência policial. Foliã em Capinópolis sofreu fratura ao ser atingida por bala de borracha. Críticas à violência policial geraram pedidos de investigações mais rigorosas. Especialistas alertam que uso excessivo da força pode agravar problemas sociais.
São Paulo (SP), 02/03/2025 - Bloco carnavalesco Os Piores desfila na rua Rui Barbosa, em Bela Vista. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
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Neste ano, várias capitais brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, implementaram o uso de ferramentas de reconhecimento facial durante o Carnaval, visando aumentar a segurança pública. As cidades relataram um aumento nas apreensões de foragidos, mas também surgiram preocupações sobre a violência policial. Um incidente em Capinópolis, onde uma foliã sofreu uma fratura na mandíbula após ser atingida por uma bala de borracha disparada por um policial, exemplifica os riscos associados a essa tecnologia.
O conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Alan Fernandes, considera o uso da tecnologia positivo, mas ressalta que deve ser supervisionado para evitar preconceitos. Ele destacou que as ferramentas de reconhecimento facial são eficazes, mas as falhas tendem a afetar mais as pessoas marginalizadas. Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes lançou o Smart Sampa, que gerou controvérsia com a Defensoria Pública, que inicialmente pediu sua suspensão. Após negociações, a Defensoria não se opôs mais ao uso da tecnologia.
Dados recentes mostram que São Paulo prendeu 23 pessoas entre 22 de fevereiro e 4 de março, enquanto Salvador registrou 42 prisões de foragidos, superando os 36 do ano anterior. Em Belo Horizonte, a Polícia Militar prendeu 72 criminosos durante o Carnaval. Fernandes acredita que os números são positivos, mas enfatiza a necessidade de atenção da sociedade em relação ao uso de tecnologias de policiamento.
Entretanto, a violência policial continua a ser um problema. Em Salvador, o vocalista do grupo BaianaSystem, Russo Passapusso, interrompeu um show para criticar a agressão de policiais a foliões. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pediu aos artistas que não incitassem a hostilidade contra a polícia. Em Porto Alegre, uma professora trans foi agredida por policiais, que alegaram que a ação foi uma resposta a desordens. Em Minas Gerais, casos de uso excessivo de força, como o uso de spray de pimenta, também foram registrados, levando a críticas de autoridades locais. Fernandes defende uma investigação mais ampla sobre esses incidentes, envolvendo o Ministério Público e o Poder Judiciário.
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