Lewandowski critica atuação das polícias e gera reações de governadores e entidades de segurança

A declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, de que a “polícia prende mal” e, por isso, “o Judiciário é obrigado a soltar”, gerou críticas de diversos setores, incluindo forças de segurança, governadores e parlamentares. Após a repercussão negativa, Lewandowski alterou seu discurso, afirmando que a polícia brasileira é “altamente eficiente e preparada”. Essa nova controvérsia surge em um momento em que o governo federal busca apoio para a PEC da Segurança, que enfrenta resistência em vários estados.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), manifestou sua discordância em relação ao ministro, criticando benefícios como as saidinhas, que permitem a saída de detentos do regime semiaberto. Zema afirmou: “A polícia prende, a Justiça solta. Em vez de proteger pessoas de bem, concede regalias a criminosos.” O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também contestou a fala de Lewandowski, sugerindo que mudanças legislativas são necessárias para respaldar as prisões.

O presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), aproveitou a ocasião para criticar o governo de Lula, afirmando que a atuação da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal está mais voltada para a perseguição de adversários políticos do que para o combate ao crime. A declaração de Lewandowski, que ocorreu durante um evento em Brasília, foi vista como um desvio do esforço do governo para conquistar apoio de segmentos conservadores.

Em defesa do ministro, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) argumentou que os ataques da oposição são injustos e que Lewandowski sempre demonstrou respeito pelas polícias. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) também se manifestaram, destacando que as falhas nas investigações são resultado da falta de ações concretas do ministério para aprimorar o sistema de segurança pública. Lewandowski, por sua vez, enfatizou que sua declaração visava expor a dificuldade de integração entre as forças de segurança e o Judiciário, um problema que a PEC da Segurança pretende resolver.