STF torna Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe e impacta cenário político de 2026

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado e outros crimes contra a democracia. A decisão pode levar a um julgamento ainda este ano. Bolsonaro, em suas declarações, parece intensificar as críticas ao Judiciário e adotar a narrativa de "perseguido político", visando as eleições de 2026. Além disso, ele deve pressionar o Congresso a discutir a pauta da anistia, o que pode impactar a agenda econômica do governo atual.

A transformação de Bolsonaro em réu era esperada, mas a firmeza da decisão do STF pode ter surpreendido o ex-presidente. Ele agora enfrenta duas questões cruciais: se aceitaria ser preso em caso de condenação ou se optaria por fugir para o exterior, e se deve apoiar uma candidatura fictícia ou um aliado mais forte para a presidência em 2026. Parte da direita e do centrão já sugere que ele abençoe outro nome para evitar uma derrota para o atual presidente, Lula.

A acusação, elaborada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, é considerada robusta, com evidências substanciais. Bolsonaro é visto como o líder de uma organização criminosa que, por meio de redes sociais e entrevistas, tenta deslegitimar o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes. As defesas dos acusados, embora utilizem linguagem técnica, colaboram indiretamente com ataques à credibilidade da Corte, perpetuando um discurso golpista.

Este julgamento marca um momento histórico, pois é a primeira vez que um ex-presidente e militares de alta patente são processados por ameaçar o Estado democrático de Direito no Brasil. A situação política de Bolsonaro se agrava, e sua busca por anistia se torna cada vez mais evidente. Se as provas forem confirmadas, a próxima etapa pode ser uma condenação com pena de prisão em regime fechado.