Califórnia processa governo Trump para contestar tarifas que ameaçam sua economia

Califórnia entra na Justiça contra tarifas de Trump, alegando ilegalidade

O estado da Califórnia entrou com uma ação judicial contra as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, argumentando que somente o Congresso tem a prerrogativa de estabelecer essas medidas. A ação, movida em um tribunal federal em São Francisco, busca declarar as tarifas ilegais e evitar maiores prejuízos econômicos.

O governador Gavin Newsom e o procurador-geral Rob Bonta afirmam que a Casa Branca não tem autoridade para impactar o comércio global de forma unilateral. Newsom descreveu a guerra comercial de Trump como “imprudente” e um ato de “estupidez”.

Estado é grande importador e exportador dos EUA

Com cerca de 40 milhões de habitantes, a Califórnia é o maior importador e o segundo maior exportador dos Estados Unidos, movimentando cerca de US$ 675 bilhões em comércio bilateral no ano passado. A economia do estado, se fosse um país, seria a quinta maior do mundo.

A ação judicial questiona o uso da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) por Trump para justificar as tarifas, alegando que ele tenta contornar a autoridade do Congresso. Especialistas apontam que o ex-presidente é o primeiro a usar a IEEPA para decretar tarifas.

Impacto econômico e reação política

A medida já causa incertezas na economia californiana, com um rebaixamento na perspectiva econômica do estado. México, Canadá e China, principais parceiros comerciais da Califórnia, são afetados pelas tarifas. A ação judicial busca, ainda, forçar um ajuste de contas com os republicanos do Congresso.

Newsom criticou a passividade do Congresso diante das ações de Trump, enquanto Bonta argumenta que o ex-presidente está tentando “atropelar a separação de poderes”. A disputa legal pode ter implicações políticas, com Newsom sendo cotado para a presidência em 2028.