06 de mai 2025
Governo de Bukele e Trump adotam medidas severas contra criminosos e imigrantes
Deportações de venezuelanos para El Salvador são classificadas como desaparecimentos forçados, com graves violações de direitos humanos.
Juanita Goebertus em Santiago, Chile, no dia 13 de dezembro de 2024. (Foto: SOFIA YANJARI)
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Nos últimos anos, El Salvador e Estados Unidos enfrentaram crises de criminalidade e imigração. O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, implementaram medidas severas contra gangues e imigrantes. Recentemente, a Human Rights Watch (HRW) denunciou a violação do devido processo nas deportações de venezuelanos para El Salvador, classificando-as como desaparecimentos forçados.
A HRW destacou que tanto Bukele quanto Trump recorreram a práticas como prisões sem mandados, quotas de detenção e uso de tatuagens como evidência de vínculos com organizações criminosas. Em El Salvador, mais de oitenta e cinco mil pessoas foram encarceradas, enquanto nos EUA, mais de sessenta e seis mil migrantes foram detidos e cerca de sessenta e cinco mil deportados.
Juanita Goebertus, diretora da divisão das Américas da HRW, afirmou que a diferença entre os dois países é a independência judicial. Ela observou que, apesar da coação em ambos os casos, o sistema judicial dos EUA ainda possui separação de poderes. Goebertus alertou, no entanto, sobre o risco de a administração Trump ignorar decisões judiciais, o que poderia enfraquecer a democracia.
A HRW também documentou condições precárias nas prisões de El Salvador, incluindo superlotação e falta de cuidados médicos. O Centro de Confinamento de Terrorismo (CECOT), inaugurado há dois anos, abriga até quarenta mil internos e é um destino possível para deportados dos EUA. A organização não teve acesso ao CECOT, que representa um símbolo de terror para muitos salvadores.
A HRW classificou as deportações de venezuelanos como desaparecimentos forçados, pois os deportados não têm comunicação com familiares ou advogados. Goebertus destacou que muitos deportados não têm registros criminais significativos, e a estigmatização associada a eles é preocupante. A HRW pede a revogação da Lei de Inimigos Estrangeiros de mil setecentos e noventa e oito, considerada anacrônica e inadequada para os tempos atuais.
A situação dos deportados e a falta de acesso à justiça são temas centrais nas denúncias da HRW. A organização continua a pressionar por ações judiciais que garantam os direitos dos deportados e a transparência nas deportações.
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