Israel detém jornalista palestino sem evidências e amplia prisão por seis meses

Ali Samoudi, um jornalista palestino, foi detido por forças israelenses em abril de 2023, sob a acusação de transferir fundos para o grupo militante Jihad Islâmica. Recentemente, a Força de Defesa de Israel (IDF) reconheceu que não possui evidências suficientes para sustentar essas alegações, mas ainda assim decidiu manter sua detenção administrativa por mais seis meses.

A detenção administrativa permite que indivíduos sejam mantidos sem julgamento por períodos de até seis meses, com possibilidade de renovação indefinida. O comandante da IDF na Cisjordânia tomou essa decisão após uma audiência em tribunal militar, onde os promotores não apresentaram as acusações formais contra Samoudi. A IDF afirmou que, apesar da falta de provas, a presença do jornalista representa um risco à segurança da região.

Samoudi, de cinquenta e oito anos, foi preso em uma operação militar em sua casa, na cidade de Jenin. Ele é um conhecido colaborador de veículos de comunicação internacionais, incluindo a CNN, e foi testemunha do assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh, em 2022. Atualmente, ele se encontra detido na prisão de Megiddo, onde aguarda a entrega de seus óculos e medicamentos para condições crônicas.

A Sociedade dos Prisioneiros Palestinos (PPS) denunciou a detenção de Samoudi como parte de uma campanha crescente contra jornalistas na região. Desde o início do conflito em Gaza, pelo menos vinte jornalistas estão sob detenção administrativa, segundo a PPS.