Política

EUA sugerem ao Brasil classificar PCC e CV como organizações terroristas

EUA pressionam Brasil a classificar PCC e CV como terroristas, mas especialistas alertam que medida fere a legislação nacional.

Vídeo mostra Centros de Atendimento ao Cidadão (CACs) orientando treinamento de tiros de fuzil a membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). (Foto: Cedido ao UOL)

Vídeo mostra Centros de Atendimento ao Cidadão (CACs) orientando treinamento de tiros de fuzil a membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). (Foto: Cedido ao UOL)

Ouvir a notícia

EUA sugerem ao Brasil classificar PCC e CV como organizações terroristas - EUA sugerem ao Brasil classificar PCC e CV como organizações terroristas

0:000:00

O governo dos Estados Unidos sugeriu ao Brasil que classifique as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) como organizações terroristas. A proposta foi apresentada durante uma reunião em Brasília, envolvendo representantes da gestão Donald Trump e técnicos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Os EUA argumentam que essas facções têm conexões com cartéis internacionais e estão envolvidas em atividades de tráfico de drogas e armas, o que representaria uma ameaça à segurança nacional americana. Essa estratégia se alinha a ações anteriores dos EUA, que já incluíram grupos latino-americanos em listas de terrorismo.

Especialistas em direito afirmam que a proposta não se sustenta legalmente. Segundo eles, a classificação de PCC e CV como organizações terroristas violaria a legislação brasileira. A Lei nº 13.260/2016 define terrorismo como atos que visam provocar terror social por motivações ideológicas, o que não se aplica a essas facções, que buscam lucro por meio do crime.

Juristas destacam que a ampliação do conceito de terrorismo pode gerar riscos à segurança jurídica e aos direitos fundamentais. A advogada internacionalista Daniela Poli Vlavianos ressalta que, apesar da violência, essas organizações não têm como objetivo a propagação de ideias ideológicas, mas atuam como empresas do crime.

A legislação brasileira também impede a classificação de atos relacionados a manifestações sociais como terrorismo. O criminalista Welington Arruda alerta que um conceito excessivamente amplo poderia permitir a perseguição de protestos, representando um retrocesso democrático.

A inclusão de facções em listas de terrorismo pode resultar em consequências econômicas e diplomáticas. Embora o Brasil não seja obrigado a reconhecer essa classificação, pode enfrentar sanções indiretas, como bloqueios financeiros. Especialistas defendem que a resposta ao crime organizado deve ser baseada em uma construção legislativa sólida, sem ceder a pressões externas.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela