14 de mai 2025
Brasil registra menor taxa de homicídios desde 2012, mas violência contra mulheres aumenta
Em 2023, o Brasil teve a menor taxa de homicídios desde 2012, mas a violência contra mulheres aumentou, com 3.903 assassinatos.
Depósito de armas apreendidas na divisão de produtos controlados do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania, em São Paulo (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)
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O Brasil registrou em 2023 a menor taxa de homicídios desde 2012, com 45.747 assassinatos e uma taxa de 21,2 por 100 mil habitantes. A queda de 20,3% em relação a 2013 é um dado positivo, mas a violência contra mulheres aumentou, com 3.903 homicídios femininos.
Os dados são do Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Apesar da redução geral, a violência letal contra mulheres não acompanhou a mesma tendência, resultando em uma estagnação preocupante.
As desigualdades regionais são evidentes. O estado do Amapá apresenta a maior taxa de homicídios, com 57,4 por 100 mil habitantes, enquanto São Paulo e Santa Catarina têm taxas abaixo de 10 por 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro viu um aumento de 14% nos homicídios em um ano.
A análise do Ipea destaca que 35.531 mulheres negras foram assassinadas entre 2013 e 2023, representando 68,2% do total de homicídios femininos. A taxa de homicídios femininos estagnou em 3,5 por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de homicídios gerais caiu 26,4% no mesmo período.
A socióloga Samira Bueno, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressaltou que a falta de priorização das políticas públicas para combater a violência contra a mulher é um dos fatores que impede avanços. Ela afirmou que, embora o tema seja frequentemente mencionado em campanhas eleitorais, na prática, não recebe a atenção necessária.
O relatório também aponta que 35% dos homicídios ocorreram dentro das residências, sugerindo uma relação com dinâmicas interpessoais e patriarcais. A situação é alarmante, especialmente em estados da Amazônia, onde a violência contra mulheres é exacerbada por fatores como o garimpo ilegal.
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