Barroso defende estabilidade institucional e descarta crise entre STF e Congresso

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, declarou que a insegurança jurídica no Brasil é uma "lenda". Ele fez essa afirmação durante a 2ª edição do Summit Brazil–USA, em Nova York, onde destacou o apoio dos Estados Unidos à democracia brasileira. Barroso ressaltou que, apesar das divergências entre o STF e o Congresso, não há desarmonia entre os Poderes.

O ministro apontou que o Brasil enfrenta áreas de litigiosidade, especialmente nas questões tributárias, trabalhistas e de saúde. Ele comparou a situação brasileira com a dos Estados Unidos, afirmando que ambos os países têm um número elevado de processos judiciais, mas apenas o Brasil é rotulado com insegurança jurídica. Barroso acredita que a reforma tributária e a simplificação de sistemas podem ajudar a melhorar essa percepção.

Papel do STF

Barroso também comentou sobre a atuação do STF em relação a tentativas de golpe, mencionando que a Corte tem um papel fundamental na interpretação da Constituição. Ele destacou que muitas ações são movidas por partidos políticos, mesmo diante de críticas. O presidente do STF afirmou que divergências de pensamento não configuram crise entre as instituições.

O ministro lembrou que o Brasil passou por um período de populismo extremo, mas as instituições resistiram, garantindo estabilidade para os negócios. Ele enfatizou que essa estabilidade faz do Brasil um dos países mais seguros para investimentos. Barroso ainda mencionou a importância da inteligência artificial e das novas tecnologias como desafios para as instituições e a sociedade.

Apoio Internacional

Durante o evento, Barroso também ressaltou o apoio decisivo dos EUA à institucionalidade brasileira em momentos críticos. Ele recordou que, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, solicitou apoio americano em diversas ocasiões, o que, segundo ele, teve impacto nas relações com as Forças Armadas brasileiras. O ex-presidente Jair Bolsonaro e 33 aliados são réus por tentativa de golpe no STF, mas o plano não teve sucesso devido à falta de apoio da alta cúpula militar.