Bolsonaro revela que financia estadia de Eduardo nos EUA com doações de apoiadores

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou, nesta quarta-feira, que está utilizando parte dos R$ 17,2 milhões arrecadados via Pix para sustentar seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos. Eduardo permanece fora do Brasil para "lutar" pela anistia dos presos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro e criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Desde março, Eduardo está licenciado da Câmara dos Deputados e, em um vídeo nas redes sociais, justificou sua permanência nos EUA como uma resposta à perseguição que ele e seu pai enfrentam no Brasil. Ele mencionou a possibilidade de prisão determinada por Moraes, embora não tenha sido indiciado ou denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em investigações relacionadas.

Bolsonaro afirmou que, sem a arrecadação via Pix, não teria como cobrir as despesas do filho, que está sem salário. "Se não fosse o PIX, eu não teria como bancar essa despesa", disse. O ex-presidente também expressou o desejo de que Eduardo dispute o Senado em 2026 e comentou sobre a importância de "garantir a nossa democracia".

Arrecadação e Multas

A campanha de arrecadação foi impulsionada por ex-ministros e parlamentares do PL, visando cobrir multas que Bolsonaro recebeu por não uso de máscaras durante a pandemia de Covid-19. A Justiça de São Paulo bloqueou R$ 87 mil nas contas de Bolsonaro por não pagamento dessas penalidades.

Eduardo Bolsonaro, que era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, pretende usar sua influência para estreitar laços com o governo americano. A arrecadação via Pix envolveu 769.717 operações em seis meses, com doações significativas de empresários do agronegócio e da construção civil. A assessoria de comunicação de Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto.