Zambelli teme prisão e lida com abandono após anos de turbulência política

Carla Zambelli, ex-líder do bolsonarismo no Congresso, foi condenada pelo STF a dez anos de prisão por falsificação ideológica e invasão de dispositivo informático. A decisão pode resultar na perda de seu mandato e na inelegibilidade. A parlamentar, que já enfrentou outros processos, expressa preocupação com sua saúde caso seja encarcerada.

Zambelli, conhecida por sua militância pelo impeachment de Dilma Rousseff, foi uma figura proeminente no movimento bolsonarista. Em 2015, participou de um protesto em que manifestantes ficaram algemados na Câmara dos Deputados, exigindo a aceitação de pedidos de impeachment. Agora, a deputada enfrenta uma condenação que a coloca em uma situação oposta àquela que defendia.

Os ministros do STF consideraram que Zambelli orientou o hacker Walter Delgatti a invadir o sistema do CNJ para forjar documentos, incluindo um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes. Caso os recursos da defesa não sejam aceitos, ela cumprirá a pena em regime fechado. Delgatti foi condenado a oito anos de prisão.

A deputada revelou temores sobre a vida na prisão, especialmente em relação à sua saúde, já que possui diagnósticos de três doenças. Zambelli afirma ser vítima de uma perseguição política e destaca que sua vida política está ameaçada por outros processos, incluindo a cassação de seu mandato por desinformação eleitoral.

A relação de Zambelli com Jair Bolsonaro se deteriorou após sua derrota nas eleições de 2022. Ela diz não se arrepender de ter apoiado o ex-presidente, mas lamenta algumas de suas ações, como o pedido de impeachment de ministros do STF. A parlamentar, que já foi uma das mais votadas do país, agora enfrenta um futuro incerto e a possibilidade de não retornar à política.