PCC intensifica operações na Bolívia com novas lideranças e tráfico em expansão

Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na Bolívia na última sexta-feira (16) e extraditado para o Brasil, onde cumprirá pena na penitenciária federal de Brasília. Tuta é um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem aumentado sua presença no país andino, tornando-o um ponto estratégico para o tráfico de cocaína.

A prisão ocorreu em Santa Cruz de La Sierra, onde Tuta tentava renovar um documento com identidade falsa. Ele foi identificado como procurado pela Interpol, o que levou à sua detenção. Tuta é considerado um dos principais articuladores do PCC e sua presença na Bolívia é parte de um padrão crescente de atividades criminosas da facção no país.

Aumento da Atividade do PCC

A Bolívia se tornou um território importante para o PCC, que utiliza o país para coordenar operações de tráfico de drogas. Relatórios do Ministério Público de São Paulo indicam que várias lideranças da facção estão no país, incluindo André do Rap e Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado. O promotor Silvio Loubeh confirmou que a presença de líderes do PCC na Bolívia tem facilitado a logística do tráfico internacional.

A Bolívia é atualmente o terceiro maior produtor de cocaína do mundo, atrás da Colômbia e do Peru, segundo o Unodc. A corrupção local e a falta de fiscalização contribuem para a atuação de grupos criminosos, como o PCC, que se beneficiam do ambiente propício ao tráfico.

Estruturas Criminosas

Além de Tuta, outros membros do PCC, como Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, também operam na Bolívia. Fuminho foi preso em Moçambique em 2020, mas antes disso, enviava drogas e armas do território boliviano para o Brasil e outros mercados internacionais. A comunicação entre os membros do PCC no Brasil e na Bolívia é realizada por meio de aplicativos de mensagens seguros, o que dificulta a ação policial.

A prisão de Tuta é vista como um passo importante para as autoridades brasileiras, que esperam que a Bolívia colabore mais efetivamente na captura de outros criminosos. A cooperação entre os dois países é considerada essencial para desmantelar as operações do PCC e combater o tráfico de drogas na região.