23 de mai 2025

Sobrevivente russo do cerco de Leningrado é multado por protesto contra a guerra
Ativista de 84 anos é multada por protestar contra a guerra na Ucrânia, refletindo a crescente repressão à dissidência na Rússia.
Foto:Reprodução
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Ativista de 84 anos é multada por protesto contra a guerra na Ucrânia
Lyudmila Vasilyeva, uma ativista de 84 anos e sobrevivente do cerco de Leningrado, foi multada em 10.000 rublos (cerca de R$ 126) por protestar contra a guerra na Ucrânia. A decisão foi tomada em um tribunal de São Petersburgo na última sexta-feira, onde a ativista foi acusada de "discréditar" o exército russo.
Vasilyeva fez um apelo pela paz ao exibir um cartaz manuscrito que dizia: "Pessoas, vamos parar a guerra. Somos responsáveis pela paz no planeta Terra. Com amor, Lyudmila Vasilyeva, criança do cerco de Leningrado." Desde o início da invasão da Ucrânia em 2022, o governo russo tem intensificado a repressão a qualquer forma de crítica à sua ação militar.
Contexto da Repressão
A ativista expressou sua "amargura" e "dor" em relação ao destino de seu país, afirmando que sempre se posicionou ao lado dos mais fracos. Vasilyeva, que sobreviveu ao cerco de Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial, foi recebida por dezenas de apoiadores do lado de fora do tribunal, onde recebeu flores e aplausos.
O cerco de Leningrado, que durou 872 dias, resultou na morte de cerca de 800.000 pessoas devido à fome e bombardeios. Vasilyeva relembrou que sua mãe costumava dizer: "Nós vamos superar tudo, desde que não haja guerra." A ativista já havia sido detida várias vezes em 2022 por sua oposição à guerra e tentou se candidatar ao cargo de governadora de São Petersburgo, mas não conseguiu reunir o número necessário de assinaturas.
Consequências da Lei
A legislação russa que penaliza o "discrédito" ao exército tem sido aplicada de forma ampla, abrangendo diversas ações que o Kremlin interpreta como apoio à Ucrânia ou crítica à guerra. Isso inclui a exibição de cartazes anti-guerra, que variam de mensagens diretas a símbolos sutis.
A guerra na Ucrânia já dura mais de três anos, e estimativas indicam que entre 165.000 e 235.000 soldados russos podem ter sido mortos desde o início da invasão em grande escala. Enquanto isso, o governo ucraniano atualizou seus números de baixas em dezembro de 2024, com o presidente Volodymyr Zelensky reconhecendo 43.000 mortes entre suas tropas, um número que analistas ocidentais consideram subestimado.
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