29 de mai 2025
Comissão retoma buscas por desaparecidos políticos no cemitério de Ricardo de Albuquerque
Comissão retoma buscas por desaparecidos políticos no Rio, revelando condições precárias de armazenamento de restos mortais em cemitério.
Peritos manejam ossadas no Cemitério Ricardo de Albuquerque. (Foto: Luís Adorno/UOL)
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As buscas por desaparecidos políticos e a identificação de mortos pela ditadura militar no Brasil foram retomadas em 2024 pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. O trabalho ocorre no cemitério de Ricardo de Albuquerque, onde mais de 2.100 pessoas foram enterradas como indigentes entre 1970 e 1974.
Os corpos, inicialmente sepultados em covas rasas, foram posteriormente transferidos para um ossário geral e, na década de 1980, misturados em uma vala clandestina. Em 1990, uma força-tarefa identificou 14 corpos, mas a individualização não foi possível. A comissão voltou a atuar em 2024, identificando o 15º corpo, do estudante Joel Vasconcelos Campos, e o 16º, do camponês Félix Escobar Sobrinho.
Os peritos analisaram arquivos do cemitério, do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Durante os trabalhos, foi constatado que os materiais ósseos estavam em condições inadequadas, com partes remexidas e quebradas. A procuradora da República Eugenia Augusta Gonzaga, presidente da comissão, destacou que o material recuperado representa menos de 20% dos remanescentes da vala clandestina.
A expectativa é identificar os 16 corpos já associados ao local e descobrir outros desaparecidos políticos. Eugenia ressaltou que o Brasil não fez a devida transição da ditadura para a democracia, deixando muitas histórias sem resposta. O trabalho da comissão é um passo importante para promover reparação às famílias das vítimas.
Entre as vítimas identificadas, estão os militantes Almir Custódio de Lima, Ramires Maranhão do Valle, Ranúsia Alves Rodrigues e Vitorino Alves Moitinho, executados em 1973. Esses casos exemplificam a brutalidade do regime militar e a importância da memória histórica. A retomada das buscas é vista como essencial para reforçar a memória do que ocorreu no Brasil durante a ditadura.
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