02 de jun 2025
Oposição associa artistas do funk ao crime organizado em nova campanha política
Narrativa bolsonarista liga o PT a facções criminosas após EUA considerarem PCC e CV como terroristas e prisão de MC Poze do Rodo.
MC Poze do Rodo e a esposa, Viviane Noronha, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, no Rio de Janeiro. (Foto: Anderson Bordê)
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A oposição bolsonarista intensificou a narrativa que associa o Partido dos Trabalhadores (PT) a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Essa estratégia ganhou força em maio de 2025, impulsionada por dois eventos: a movimentação dos Estados Unidos para classificar o CV e o PCC como organizações terroristas e a prisão do funkeiro MC Poze do Rodo, no Rio de Janeiro.
Desde fevereiro de 2025, a narrativa começou a se consolidar, especialmente após a apresentação do Projeto de Lei (PL) anti-Oruam, que visa proibir a contratação de artistas que promovam apologia ao crime em eventos públicos. O aumento das menções que ligam o funk ao crime organizado e à esquerda se tornou evidente. O pico de menções associando Lula ao CV ocorreu em 8 de maio, quando a possibilidade de inclusão do CV e do PCC na lista de organizações terroristas dos EUA foi divulgada.
Um vídeo do deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) se destacou, onde ele afirmou que a situação representava "o escândalo mais grave do governo Lula até agora". Kataguiri fez referências a encontros entre a advogada Janira Rocha e o Ministério da Justiça, insinuando vínculos entre o PT e o crime organizado. O vídeo culminou com um pedido de impeachment do presidente Lula.
Prisão de MC Poze do Rodo
A prisão de MC Poze do Rodo, em 29 de maio, sob suspeita de apologia ao crime, foi rapidamente incorporada à narrativa. Grupos de mensageria associaram o artista ao CV e ao PT, reforçando a ideia de uma ligação entre o funk e o crime. Informações circulando em redes sociais afirmaram que MC Poze seria filiado ao PT, intensificando as acusações contra o presidente.
Além disso, o artista Oruam também se tornou alvo de ataques nas redes sociais. Vídeos agressivos e racistas circularam, promovendo uma associação negativa entre artistas do funk e o crime. Essa campanha de desinformação evidencia como a oposição digital utiliza eventos midiáticos para reforçar narrativas de criminalização e preconceito, criando um ambiente de suspeitas sem provas concretas.
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