05 de jun 2025
Ministro André Mendonça defende manutenção do artigo 19 do Marco Civil da Internet
Ministro André Mendonça defende que plataformas só sejam responsabilizadas após decisão judicial, divergindo de colegas no STF.
Foto: Reprodução
Ouvir a notícia:
Ministro André Mendonça defende manutenção do artigo 19 do Marco Civil da Internet
Ouvir a notícia
Ministro André Mendonça defende manutenção do artigo 19 do Marco Civil da Internet - Ministro André Mendonça defende manutenção do artigo 19 do Marco Civil da Internet
O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a responsabilidade das plataformas digitais em relação ao conteúdo publicado por usuários continua. O ministro André Mendonça, em seu voto, divergiu e defendeu a manutenção da responsabilização das plataformas apenas após decisão judicial. Ele enfatizou a importância da liberdade de expressão e a necessidade de regulação pelo Legislativo.
Mendonça leu seu voto nesta quinta-feira, 5, após duas sessões. Ele argumentou que a remoção de perfis nas redes sociais é inconstitucional, exceto em casos de perfis falsos ou que cometam crimes. O julgamento foi suspenso pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, sem data definida para continuidade. O ministro também afirmou que decisões judiciais sobre remoção de conteúdos não devem ser sigilosas, contrariando o entendimento de Alexandre de Moraes.
Até o momento, votaram os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Barroso. Toffoli e Fux defenderam a inconstitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que limita a responsabilização das plataformas. Barroso, por sua vez, propôs um regime de responsabilização que inclui mais obrigações para as plataformas. Mendonça, ao contrário, acredita que a responsabilidade deve recair sobre o usuário que publica conteúdo ofensivo.
Propostas de Mendonça
O ministro destacou que as plataformas devem promover a identificação de usuários que violam direitos de terceiros. Ele argumentou que o Judiciário não deve criar um novo marco regulatório, função que cabe ao Legislativo. Mendonça ressaltou que a liberdade de expressão deve ser priorizada, alertando sobre o risco de um "efeito silenciador" em um ambiente mais vigiado.
O julgamento é relevante, pois as decisões impactarão casos semelhantes nas instâncias inferiores. Atualmente, as plataformas só podem ser penalizadas com multas e suspensão se desobedecerem ordens judiciais. A discussão gira em torno de como as plataformas devem agir em relação a conteúdos ilegais e se podem ser responsabilizadas sem uma ordem judicial prévia.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.