12 de jun 2025



Moraes propõe regulação de redes sociais após ataques de 8 de Janeiro e escolas
STF debate regulação de redes sociais após voto de Alexandre de Moraes por maior responsabilização das plataformas por conteúdos ilegais.
Ministro Alexandre de Moraes durante sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (Foto: Ton Molina/STF)
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O Supremo Tribunal Federal (STF) está em processo de julgamento sobre a responsabilização das plataformas digitais por conteúdos ilegais, com foco na regulação das redes sociais. O ministro Alexandre de Moraes votou a favor de uma regulação mais rigorosa, destacando a relação entre a falta de moderação e o aumento de crimes virtuais, como discurso de ódio e violência nas escolas. O julgamento foi suspenso e será retomado em 25 de junho.
Durante sua fala, Moraes apresentou evidências de publicações ilegais nas redes sociais, incluindo conteúdos racistas e apologia ao nazismo. Ele mencionou os atentados golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram os prédios dos Três Poderes em Brasília, destacando que muitos dos envolvidos transmitiram os atos ao vivo, sem que as plataformas removesse o conteúdo. “Temos mais de trezentas pessoas condenadas que filmavam e colocavam imediatamente, fazendo lives, chamando mais gente para destruir”, afirmou.
O ministro também relacionou a crescente violência nas escolas ao acesso de menores a conteúdos violentos nas redes sociais. Ele citou o ataque em uma escola em São Paulo, onde um adolescente matou uma professora, ressaltando que algoritmos podem incentivar comportamentos criminosos. O STF já conta com sete votos favoráveis à revisão do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que atualmente isenta as plataformas de responsabilidade por conteúdos postados por terceiros.
Desdobramentos e Implicações
A discussão envolve a necessidade de regulamentação mais clara para as plataformas, que atualmente não têm obrigações de moderação de conteúdo. O artigo 19 permite que as redes sociais removam conteúdos apenas mediante ordem judicial, o que tem gerado críticas. A proposta em análise sugere que as plataformas sejam responsabilizadas a partir da notificação de conteúdos ilícitos, semelhante ao mecanismo "notice and take down".
O debate também levanta preocupações sobre a possibilidade de censura prévia, conforme apontado por especialistas. Alexandre Arns Gonzales, da ONG DiraCom, destaca que é necessário definir obrigações claras sem incentivar a remoção excessiva de conteúdos. A expectativa é que, ao final do julgamento, uma nova regra permita que as redes sociais avaliem notificações de forma mais ágil e responsável, promovendo um ambiente digital mais seguro.
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