29 de mai 2025



STF analisa regulação do Marco Civil da Internet sob pressão de grandes empresas
STF retoma em janeiro julgamento sobre responsabilidade de plataformas digitais, enquanto AGU pressiona por medidas contra fraudes e violência online.
Foto:Reprodução
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O STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar, no dia 4 de janeiro, o julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Este artigo determina que a responsabilidade por conteúdos publicados em plataformas digitais é do usuário, exceto em casos de ordem judicial. O julgamento foi interrompido em 18 de dezembro após pedido de vista do ministro André Mendonça.
Ministros do STF já expressaram preocupações sobre o artigo 19. Dias Toffoli considera inconstitucional a exigência de uma ordem judicial para a remoção de conteúdos ilícitos. Luiz Fux argumenta que o modelo atual oferece imunidade excessiva às plataformas, enquanto Luís Roberto Barroso vê o artigo como parcialmente inconstitucional, defendendo que as redes não devem ser responsabilizadas por conteúdos de terceiros.
Pressão da AGU
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou uma decisão urgente do STF para combater fraudes e violência nas redes sociais. O órgão destaca a necessidade de responsabilização das plataformas, citando casos de anúncios fraudulentos e episódios de violência digital. Um levantamento da AGU identificou mais de 300 anúncios fraudulentos relacionados a indenizações do INSS, utilizando imagens manipuladas.
Além disso, a AGU menciona a morte de uma criança de 8 anos no Distrito Federal, supostamente ligada a desafios perigosos promovidos em plataformas como TikTok e Kwai. O advogado-geral da União, Jorge Messias, defende que empresas que promovem ou moderam conteúdos ilícitos devem ser responsabilizadas independentemente de notificação judicial.
Implicações do Julgamento
A pressão do governo federal por uma regulação mais rigorosa das redes sociais coincide com o julgamento. A AGU argumenta que a responsabilização das plataformas é crucial para proteger a segurança digital, especialmente de grupos vulneráveis. A camara-e.net, que representa grandes plataformas, expressou preocupação com possíveis mudanças que poderiam resultar em censura privada e afetar pequenos comerciantes e criadores de conteúdo.
O julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet é um tema central na discussão sobre a responsabilidade das plataformas digitais e a proteção dos usuários. A expectativa é que o STF retome o debate em um cenário de crescente pressão por medidas mais eficazes contra a desinformação e conteúdos prejudiciais.
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