17 de jun 2025


Aposentadoria compulsória de juízes gera custo de R$ 41 milhões anuais ao governo
A aposentadoria compulsória de juízes por má conduta gera um custo de R$ 41 milhões anuais, levantando debates sobre impunidade no Judiciário.
Juiz Marcelo Bretas na Assembleia Legislativa do Rio (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo/14-10-2019)
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Juízes aposentados compulsoriamente por infrações disciplinares continuam a receber proventos, gerando um impacto financeiro significativo aos cofres públicos, estimado em R$ 41 milhões anuais. Desde 2008, 119 magistrados foram afastados, mas mantêm a remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Recentemente, o juiz federal Marcelo Bretas, conhecido por sua atuação na Operação Lava-Jato, foi punido com aposentadoria compulsória. Ele receberá R$ 36,7 mil mensais após 28 anos de contribuição. Outros juízes, como Carlos Madeira Abad e Ather Aguiar, também foram afastados por denúncias de assédio. A média de tempo de serviço entre os magistrados punidos é de 21 anos e cinco meses, resultando em um benefício médio de R$ 28,5 mil.
Impacto Financeiro e Debate Jurídico
A aposentadoria compulsória é a sanção máxima prevista na Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Apesar de afastados, os juízes continuam a receber proventos vitalícios, limitados ao teto do subsídio da magistratura, atualmente fixado em R$ 39,2 mil. Essa situação levanta debates entre juristas sobre a eficácia da punição. Para alguns, a manutenção dos salários representa uma forma disfarçada de impunidade.
Fernando Bentes, professor de Direito Constitucional, critica a prática, afirmando que é "quase imoral" que recursos públicos sustentem pessoas afastadas por má conduta. Em contrapartida, Thiago Varela, também professor de Direito, defende que a perda do cargo deve ocorrer apenas por decisão judicial, garantindo a independência do Judiciário.
Ação da OAB
Na última segunda-feira, o Conselho Federal da OAB decidiu abrir um procedimento administrativo para cassar o registro de advogado de Marcelo Bretas. A medida é um passo para sua exclusão dos quadros da OAB, conforme anunciado pelo presidente da entidade, Beto Simonetti. A situação de Bretas reacende a discussão sobre a aposentadoria compulsória e suas implicações no sistema judiciário brasileiro.
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