Ato em favor da descriminalização do aborto em São Paulo: no Rio, lei sobre cartazes antiaborto na rede de Saúde causa polêmica (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Ato em favor da descriminalização do aborto em São Paulo: no Rio, lei sobre cartazes antiaborto na rede de Saúde causa polêmica (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Ouvir a notícia

Justiça do Rio anula lei que obrigava cartazes antiaborto em hospitais - Justiça do Rio anula lei que obrigava cartazes antiaborto em hospitais

0:000:00

A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu, nesta quinta-feira, 3, a lei municipal que obrigava a fixação de cartazes com mensagens contra o aborto em hospitais e clínicas da cidade. A decisão foi tomada após uma ação do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), que alegou inconstitucionalidade da norma.

A lei, proposta pelos vereadores Dr. Rogério Amorim (PL), Rosa Fernandes (PSD) e Márcio Santos (PV), exigia que unidades de saúde exibissem placas com frases como: “Você sabia que o nascituro é descartado como lixo hospitalar?”. O Tribunal de Justiça considerou que a norma ultrapassou a competência do município nas áreas de saúde e proteção à infância, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Violação de Direitos

A decisão judicial destacou que a legislação feriu princípios constitucionais, como o da dignidade humana e da proporcionalidade. Além disso, a norma foi considerada uma violação à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), ratificada pelo Brasil em 2002. O MPRJ argumentou que os cartazes promoviam culpa e medo, em vez de informar sobre os direitos das pacientes.

O Tribunal também apontou que a proposta deveria ter sido apresentada pelo Executivo, não pelo Legislativo, por tratar da organização da administração pública. A norma, aprovada com 30 votos a favor e 8 contra, gerou controvérsia ao desconsiderar diretrizes de atendimento humanizado.

Repercussões

Após a suspensão, Rogério Amorim criticou a decisão, afirmando que cabe ao Parlamento decidir sobre o mérito da lei. Ele pediu que a Procuradoria da Câmara Municipal recorra da decisão, ressaltando que a norma visa salvar vidas por meio da informação. O governo municipal foi notificado e deverá cumprir a suspensão imediatamente.

No Brasil, o aborto é legal apenas em casos de estupro, risco à vida da gestante e anencefalia fetal, o que torna a discussão sobre o tema ainda mais relevante e delicada.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela