Grampo revela ligação entre milícia e presidente estadual do PSB

O Ministério Público do Pará investiga um suposto grupo de extermínio que envolve políticos e policiais, incluindo o vice-prefeito Hugo Atayde e o presidente estadual do PSB, Dr. Daniel Santos. As investigações ganharam novos contornos após escutas telefônicas revelarem diálogos entre membros da corporação.

Em uma das gravações, o soldado Paulo, assessor de Dr. Daniel, orienta um policial sobre como retornar à Polícia Militar (PM) utilizando apoio político. O diálogo sugere práticas irregulares para reintegração, semelhante a uma cena do filme "Tropa de Elite 2". O relatório da Delegacia de Homicídios destaca que Paulo estava cedido ao gabinete de Dr. Daniel durante o período em questão.

A conversa revela que o soldado Paulo menciona a possibilidade de reintegração por meio de apadrinhamento político. O interlocutor, não identificado, afirma que muitos policiais já conseguiram retornar com indicações de deputados. O soldado orienta a verificar documentos do policial expulso, indicando um possível esquema de favorecimento.

Hugo Atayde, atual vice-prefeito e vice-presidente do PSB estadual, é réu em um processo criminal por formação de quadrilha e tortura, embora negue as acusações. A defesa de Atayde afirma que todas as denúncias foram rejeitadas pela Justiça, alegando falta de provas. A prefeitura de Ananindeua também se manifestou, reiterando a inocência do vice-prefeito e criticando a cobertura da mídia sobre o caso.

As investigações continuam, e a Promotoria de Justiça destaca a influência política dos supostos milicianos, que, segundo a denúncia, atuavam em conexão com o gabinete de Dr. Daniel.