Política

Grupos fechados nas redes sociais recrutam adolescentes para atividades criminosas

Polícia Civil de São Paulo apreende jovens envolvidos em violência e automutilação, revelando financiamento internacional de atos criminosos.

Jovem diante do computador: as “panelas” reúnem criminosos especializados em práticas como estímulo à automutilação em troca de pagamento, venda de dados e fraudes de cartões (Foto: Maria Isabel Oliveira)

Jovem diante do computador: as “panelas” reúnem criminosos especializados em práticas como estímulo à automutilação em troca de pagamento, venda de dados e fraudes de cartões (Foto: Maria Isabel Oliveira)

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Grupos fechados em redes sociais, conhecidos como "panelas", têm se tornado centros de atividades criminosas, cooptando adolescentes para atos de violência. Na última quinta-feira, a Polícia Civil de São Paulo, em colaboração com autoridades de outros estados, apreendeu oito jovens envolvidos em ataques a moradores de rua e automutilações. Um dos adolescentes, que reside na França, foi identificado como financiador dessas ações.

Esses grupos operam principalmente no Discord, mas também têm presença no Telegram. Pesquisadores e delegados alertam que as panelas reúnem criminosos digitais que praticam diversas ilicitudes, incluindo a venda de dados pessoais e fraudes financeiras. O adolescente no exterior oferecia recompensas em dinheiro para que membros realizassem atos violentos, buscando prestígio dentro da comunidade.

A delegada Lisandréa Salvariego, do Núcleo de Observação e Análise Digital da Polícia Civil, explica que o uso de recursos financeiros para incitar violência é uma nova dinâmica nos grupos. Flávio Rolim, da Polícia Federal, destaca que alguns participantes buscam lucro com a produção de materiais de abuso, com valores que podem ultrapassar R$ 1 mil. Transações ocorrem via transferências bancárias, Pix e até com a moeda virtual Robux, popular entre os jovens que jogam Roblox.

Atração e Manipulação

Os adolescentes são atraídos por desafios e pela busca de reconhecimento. Um jovem de 20 anos, que se afastou das panelas, relata que a brutalidade se tornou comum, com práticas que vão de racismo a pornografia infantil. Outro ex-participante menciona o desejo de ser notado em canais do YouTube que abordam a crueldade.

O psiquiatra forense Hewdy Lobo Ribeiro observa que há um padrão entre os jovens cooptados. Os líderes tendem a ser manipuladores, enquanto os seguidores mostram sinais de antissocialidade e falta de empatia. Mudanças no desempenho escolar e no comportamento familiar podem ser indícios de que um adolescente está envolvido em atividades perigosas.

As plataformas sociais, como TikTok e Kwai, também são utilizadas para atrair jovens para esses grupos. As empresas afirmam que monitoram conteúdos e removem publicações que incitam violência. No entanto, a complexidade e a natureza clandestina das panelas dificultam a total erradicação dessas comunidades.

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