09 de jul 2025
Rede de agentes russos recruta criminosos britânicos para ações em Londres
Grupo criminoso ligado a agentes russos planejou sequestrar Yevgeny Chichvarkin e incendiar seu restaurante, mas foi preso antes da ação.

Yevgeny Chichvarkin em frente à sua loja de vinhos em Londres, 10 de março de 2018 (Foto: Andrew Testa/The New York Times)
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Um grupo criminoso no Reino Unido foi preso após receber ordens de agentes russos para sequestrar o proprietário do restaurante Hide, em Londres, Yevgeny Chichvarkin, e incendiar seu estabelecimento. O plano foi frustrado antes de ser executado, mas os criminosos já haviam incendiado um armazém ucraniano em março de 2024.
O Hide, inaugurado em 2018 no bairro de Mayfair, rapidamente conquistou uma estrela Michelin e se tornou conhecido por sua elegância e menu sofisticado. Chichvarkin, crítico do governo russo, se tornou alvo de uma célula criminosa que, segundo a polícia, estava sob influência de serviços de inteligência da Rússia.
As investigações revelaram que o grupo, liderado por Dylan Earl, de 21 anos, se conectou com agentes russos via Telegram. Mensagens trocadas indicam que Earl se ofereceu para criar uma rede de "soldados" para realizar operações em nome do Kremlin. O primeiro ataque foi um incêndio em um armazém que continha equipamentos destinados à Ucrânia, causando danos superiores a um milhão de libras.
Após o incêndio, Earl e seus cúmplices discutiram planos para sequestrar Chichvarkin, oferecendo uma recompensa de £ 50.000. A célula pretendia incendiar o Hide e uma loja de vinhos adjacente, prevendo que isso geraria grande repercussão na mídia. Contudo, a operação foi interrompida com a prisão de Earl em abril de 2024, quando ele foi flagrado em um estacionamento.
Os envolvidos foram condenados por incêndio criminoso e por não reportar os planos à polícia. O caso marca um importante desdobramento na luta do Reino Unido contra atividades de espionagem e sabotagem ligadas a estados estrangeiros, sendo o primeiro processo sob a nova Lei de Segurança Nacional de 2023. A polícia destacou que a situação evidencia como agentes russos utilizam grupos criminosos para realizar suas operações na Europa.
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