12 de mai 2025
Católicos e evangélicos se unem para barrar pautas progressistas no Brasil
Católicos e evangélicos se unem em aliança conservadora, destacando figuras como Angela Gandra, para barrar pautas progressistas no Brasil.
Fiéis em igreja católica da zona sul de São Paulo (Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress)
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A pesquisadora Ana Carolina Marsicano publicou uma tese que analisa a aliança estratégica entre católicos e evangélicos para combater pautas progressistas no Brasil, como a descriminalização do aborto e o casamento LGBTQIA+. O trabalho, intitulado "Os leigos cristianizam o mundo — católicos e política antigênero no governo federal (2019-2022)", destaca a atuação de figuras como Angela Gandra, que tem influenciado o conservadorismo.
Marsicano, doutora em sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), observa que, apesar das diferenças teológicas, esses grupos religiosos se uniram para barrar o avanço de agendas progressistas. Durante o governo de Jair Bolsonaro, a então ministra da Família, Damares Alves, representava os evangélicos, enquanto Gandra, sua número dois, representava os católicos. "É uma aliança por um bem maior, que é impedir que a agenda pró-aborto e do casamento igualitário avance", afirma a pesquisadora.
Neoconservadorismo e a Política de Gênero
A tese de Marsicano analisa como a política de gênero se manifesta nos âmbitos legislativo, executivo e jurídico do país. Ela argumenta que o avanço de pautas progressistas levou católicos e evangélicos a se articularem. "A atuação dos representantes das igrejas católica e evangélica é diferente, e a pluralidade de figuras no conservadorismo é estratégica", explica.
A pesquisadora destaca a importância de figuras como Chris Tonietto, deputada federal, e Angela Gandra, que atuam em diferentes frentes. Enquanto Tonietto é mais visível, Gandra tem um papel mais discreto, mas igualmente influente. "A ala conservadora da Igreja Católica tem se renovado e se fortalecido", conclui Marsicano.
O Papel de Angela Gandra
Angela Gandra, filha do jurista Ives Gandra, é considerada uma "figura-chave no conservadorismo, no cristianismo e no catolicismo". Sua influência se estende a uma agenda internacional, onde se articula com organizações e ativistas. Marsicano observa que a composição da Secretaria Nacional da Família era majoritariamente católica, o que reforça a importância de Gandra na política conservadora.
A pesquisa revela que, enquanto a atenção se concentra em figuras como Damares Alves, muitas ações ocorrem nos bastidores. A parceria entre Damares e Gandra foi fundamental para o avanço de políticas conservadoras durante o governo Bolsonaro. "A relação entre política e religião no Brasil é histórica e tem se intensificado", conclui a pesquisadora.
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