26 de mai 2025
Presidência de Tinubu enfrenta críticas por concentração de nomeações em etnia Yoruba
Críticas aumentam sobre nomeações do presidente Bola Tinubu, que privilegiam sua etnia Yoruba, desafiando a tradição de inclusão na política nigeriana.
As ricas tradições dos muitos grupos étnicos da Nigéria são frequentemente celebradas, mas tensões entre esses grupos ameaçam a unidade da nação. (Foto: AFP via Getty Images)
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O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, enfrenta críticas por suas nomeações que favorecem a etnia Yoruba. Desde que assumiu em maio de 2023, todos os oito principais cargos do governo estão ocupados por Yorubas, desafiando a tradição de equilíbrio étnico nas nomeações.
Historicamente, a política nigeriana busca representar suas diversas etnias e religiões nas nomeações presidenciais. A constituição exige representação regional, mas a distribuição de cargos tem seguido convenções que promovem a coesão nacional. A concentração de poder em um único grupo étnico levanta preocupações sobre a unidade do país, que possui mais de 250 etnias, sendo os Hausa-Fulanis, Igbo e Yoruba as mais significativas.
As críticas aumentaram após a recente nomeação de Bayo Ojulari, ex-presidente da Shell, para liderar a Nigerian National Petroleum Company (NNPC), substituindo um nortista. Essa mudança intensificou o debate sobre a falta de diversidade nas principais posições do governo. Anteriormente, presidentes como Goodluck Jonathan e Muhammadu Buhari mantiveram uma distribuição mais equilibrada entre as etnias.
Analistas políticos afirmam que a atual configuração é sem precedentes. O professor Tijjani Naniya destacou que nunca houve uma concentração tão alta de um único grupo étnico em cargos sensíveis na história da Nigéria. A situação gera receios sobre o futuro da democracia no país e a sensação de pertencimento entre as diversas etnias.
A administração de Tinubu, que já foi criticada por não seguir a tradição de bilhete misto entre muçulmanos e cristãos, defende que está sendo justa nas nomeações. Um porta-voz afirmou que todas as regiões estão sendo consideradas, embora dados sobre a distribuição de cargos tenham sido contestados e um post sobre o assunto foi deletado.
Críticos, incluindo membros do próprio partido de Tinubu, a All Progressives Congress, expressam preocupação com a falta de inclusão nas nomeações. Senador Ali Ndume, do norte, descreveu as escolhas do presidente como não representativas da agenda de esperança renovada prometida durante a campanha.
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