Paternidade e maternidade fortalecem a conectividade cerebral, revela estudo científico

Mães e pais frequentemente enfrentam desafios como falta de sono, estresse e dificuldades de conciliação, o que gera preocupações sobre a saúde mental e neurodegenerativa. Um estudo recente, publicado em fevereiro na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, revela que a paternidade pode melhorar a conectividade cerebral. A pesquisa analisou escaneamentos cerebrais de pais e mães, mostrando que eles apresentam padrões de conectividade mais saudáveis, que não refletem as mudanças típicas relacionadas à idade.

Os pesquisadores descobriram que maiores conexões em redes cerebrais sensoriais e motoras estão associadas ao número de filhos. Avram Holmes, autor principal do estudo, afirma que a paternidade pode oferecer um enriquecimento ambiental, beneficiando a saúde cerebral por meio de aumento da atividade física, interação social e estimulação cognitiva. A neurocientista Magdalena Martínez destaca que a experiência de criar filhos envolve planejamento e multitarefa, o que treina continuamente a cognição.

Além disso, o estudo sugere que o impacto positivo na conectividade cerebral é acumulativo: quanto mais filhos, mais benefícios. As áreas motoras do cérebro também mostram aumento de conexões, refletindo em maior força de agarre nas mãos dos pais. Isso pode ter implicações na prevenção de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, que afetam a locomação e a cognição.

Holmes e Martínez concordam que o ambiente de cuidado é crucial para esses benefícios, independentemente do gênero. Embora as mulheres experimentem mudanças cerebrais significativas durante a gestação, os homens também apresentam alterações, desde que se envolvam ativamente na criação dos filhos. A pesquisa avança na compreensão dos efeitos da paternidade na saúde cerebral, destacando a importância do ambiente familiar e social.