11 de mai 2025
Espiritualidade melhora saúde física e traz benefícios a longo prazo, aponta estudo
Práticas espirituais podem ser chave para a saúde física, especialmente em idosos, segundo novo estudo. A espiritualidade antecede a saúde.
Homem segura Bíblia na Igreja de Obra e Restauração Cura e Milagre, Praça Seca, zona oeste do Rio de Janeiro (Foto: Tércio Teixeira - 13.11.2022/Folhapress)
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Um novo estudo publicado na revista científica Plos One revela que práticas espirituais podem influenciar positivamente a saúde física, especialmente entre idosos. A pesquisa, que acompanhou mais de três mil americanos, sugere que o envolvimento religioso pode ser um antecedente da saúde, e não apenas uma consequência.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhece a espiritualidade como parte do bem-estar integral do paciente. O geriatra Hugo Moura, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Pernambuco, destaca que fatores emocionais e sociais impactam a resposta a tratamentos, principalmente em pacientes vulneráveis. Moura enfatiza que a espiritualidade pode ajudar na adesão às terapias e no manejo da dor.
Os resultados do estudo mostraram uma correlação significativa entre maior engajamento religioso e melhores condições de saúde física na reavaliação após seis anos. Essa associação foi mais evidente entre os participantes mais velhos. Em contraste, uma boa saúde inicial não previu maior religiosidade futura, indicando que a espiritualidade pode preceder a saúde.
Importância do Apoio Comunitário
Além dos benefícios individuais, a comunidade religiosa desempenha um papel crucial como rede de apoio em momentos de vulnerabilidade. Pacientes com espiritualidade mais desenvolvida tendem a ser mais resilientes diante da perda de funcionalidade e da proximidade da morte.
Pesquisas anteriores também reforçam a ligação entre fé e saúde. Um estudo na Romênia com pacientes hospitalizados por Covid-19 mostrou que os mais espiritualizados apresentaram menor taxa de mortalidade. Organizações médicas, como a Sociedade Americana de Geriatria, reconhecem a importância da espiritualidade no cuidado ao paciente.
Moura alerta, no entanto, para o equilíbrio entre religiosidade e tratamento médico. Crenças extremas podem gerar falsas esperanças e prejudicar a adesão a terapias. O especialista Frederico Leão, da Universidade de São Paulo, destaca que a forma como os pacientes enfrentam a doença, seja com fé ou sentimentos de abandono, pode impactar os desfechos de saúde.
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