A sobrecarga de informações provoca indigestão mental e afeta a memória das pessoas

Matheus Macêdo, o primeiro brasileiro a se formar em medicina e Ayurveda na Índia, alerta para o aumento das queixas sobre falta de memória. Muitas pessoas, de diversas idades, atribuem essa dificuldade a condições como Covid longa ou Alzheimer precoce. Macêdo aponta que a sobrecarga de informações na era digital causa uma espécie de "indigestão mental".

O especialista explica que, atualmente, um ser humano médio consome em um dia mais informações do que muitos faziam em um ano há um século. O acesso à informação mudou drasticamente com a internet, que fornece conteúdos de forma incessante. "Acabamos consumindo uma quantidade de informações muito maior do que nosso cérebro consegue digerir", afirma.

No Ayurveda, o termo agni refere-se ao processo digestivo, que não se limita apenas à alimentação. Macêdo destaca que precisamos digerir tudo que nos rodeia, incluindo emoções e relacionamentos. Ele compara a ingestão excessiva de informações a um banquete infinito, que resulta em indigestão. "Nossa memória é seletiva e precisa escolher o que guardar", explica.

O fenômeno da infoxicação, criado pelo físico espanhol Alfons Cornellá, refere-se ao excesso de informações que não conseguimos absorver, causando estresse e ansiedade. Macêdo enfatiza que o problema não é a memória, mas sim a quantidade absurda de informações que recebemos diariamente. Ele sugere que, para evitar a infoxicação, é necessário filtrar o que realmente importa e focar em informações relevantes para a vida cotidiana.

A próxima coluna de Macêdo abordará estratégias para melhorar a memória e manter a mente mais focada.