Cerâmica é reconhecida como terapia criativa que melhora bem-estar e concentração

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, em 2024, a prática da cerâmica como uma forma eficaz de melhorar a qualidade de vida. O relatório destaca os benefícios dessa atividade para a saúde mental, concentração e desenvolvimento emocional em todas as idades.

A cerâmica, uma prática com raízes que remontam a civilizações antigas, é reconhecida por suas propriedades terapêuticas. A peça mais antiga conhecida foi encontrada na caverna de Xianrendong, na China, datando de 20 mil a 19 mil anos atrás. Desde o período neolítico, a cerâmica evoluiu de utilitária para uma forma de arte, acompanhando a evolução humana.

Dani Mazzei, fundadora da Pangea Cerâmicas, enfatiza que a prática da cerâmica oferece um espaço para desconectar-se do estresse cotidiano. “Encontrar um momento para extravasar e recarregar as energias é fundamental”, afirma. A cerâmica permite que o praticante se concentre no presente, promovendo um estado meditativo.

Margarita C, uma praticante de 74 anos, relata que a cerâmica transformou sua vida social e emocional. “A imaginação não se apaga com a idade”, diz. Ela organiza encontros mensais para compartilhar suas criações, destacando a importância da atividade para a autoexpressão e o bem-estar.

A neurocientista Sendaia Laiol, da Universidade da Califórnia, explica que a cerâmica melhora a concentração ao exigir atenção constante. “Esse exercício ajuda a compensar o estresse”, afirma. A prática também estimula a paciência e a persistência, qualidades essenciais em um mundo acelerado.

A OMS ressalta que a cerâmica é uma atividade acessível a todas as idades, promovendo o desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas. Além disso, a prática incentiva a criação de metas de longo prazo, como esperar o tempo de secagem e queima das peças, ajudando a respeitar o tempo.