Felicidade tóxica gera pressão e ignora emoções negativas, alertam especialistas

Durante o Summit Saúde e Bem-Estar, realizado no último domingo, 13, em São Paulo, especialistas discutiram os riscos da felicidade tóxica. O psicólogo Daniel Gontijo e a neurocientista Maryana com Y abordaram a pressão social para estar sempre feliz, ignorando emoções negativas.

Gontijo explicou que a felicidade tóxica refere-se à expectativa de que devemos estar constantemente alegres, desconsiderando as complexidades emocionais do cotidiano. Uma pesquisa publicada na revista Nature revelou que essa pressão está ligada à diminuição do bem-estar individual, especialmente em países com altos índices de felicidade coletiva.

As redes sociais amplificam essa cobrança, com postagens que mostram apenas momentos felizes, dificultando a aceitação de sentimentos como tristeza e frustração. Gontijo alertou que isso pode levar à culpa por sentir emoções consideradas negativas. Ele destacou que as emoções têm funções importantes, como a tristeza, que pode sinalizar a necessidade de ajuda.

A Importância de Reconhecer Emoções

Maryana com Y também enfatizou os perigos da busca incessante pela felicidade. Para ela, ignorar emoções desconfortáveis cria uma pressão sufocante, levando as pessoas a acreditarem que devem agradar constantemente. Ela ressaltou que sentimentos como raiva e tristeza são parte natural da vida e devem ser reconhecidos.

Os especialistas ainda criticaram a influência de figuras públicas que promovem uma visão distorcida do bem-estar emocional. Gontijo destacou que muitos desses "gurus" oferecem soluções simplistas e comerciais, sem expor suas próprias vulnerabilidades.

Buscar Ajuda Profissional

Gontijo alertou que, se a tristeza se torna frequente e impacta a vida social e emocional, é fundamental buscar ajuda profissional. Ele reforçou que isso não deve ser visto como fraqueza, mas como uma necessidade comum a todos. O evento, promovido pelo Estadão, continua até hoje, 14, no Espaço de Eventos do Shopping JK Iguatemi.