Positividade tóxica: como lidar com emoções difíceis sem ignorá-las

Recentemente, um autor compartilhou uma conversa com um amigo que revelou estar prestes a fazer uma biópsia para investigar um tumor na bexiga. O autor, que já enfrentou câncer testicular, tentou oferecer consolo, mas foi questionado sobre a "positividade tóxica". Esse termo, que ganhou popularidade nos últimos anos, refere-se à repressão de emoções negativas em nome de uma atitude otimista.

A positividade tóxica pode resultar em uma resposta otimista que ignora sentimentos dolorosos, criando pressão para ser irrealisticamente positivo. Especialistas, como o psicólogo Graham Reynolds, afirmam que essa abordagem pode minimizar emoções genuínas. A psicóloga Susan David complementa que a supressão emocional pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.

O autor refletiu sobre sua interação com o amigo e percebeu que, ao tentar minimizar a situação, não validou a ansiedade dele. Em vez de oferecer consolo superficial, seria mais útil reconhecer o medo e a preocupação. Especialistas sugerem que, ao lidar com emoções difíceis, é importante validar os sentimentos dos outros e não descartá-los com frases como "apenas mantenha-se positivo".

David destaca que a supressão de emoções pode prejudicar a capacidade de resolver problemas e de buscar apoio. A construção de sentido a partir das experiências emocionais é crucial para a recuperação. A negação dos próprios sentimentos pode levar a consequências psicológicas adversas, como aumento do estresse e problemas de relacionamento.

Para evitar a positividade tóxica, recomenda-se reconhecer e validar os sentimentos, tanto os próprios quanto os dos outros. O autor conclui que seu amigo, que aguardava o resultado da biópsia, felizmente não tinha câncer. Essa experiência ressalta a importância de abordar as emoções de forma autêntica e solidária.