07 de jun 2025
Empresas congelam ações de saúde mental enquanto aguardam nova NR-1 em 2026
A prorrogação da NR 1 até 2026 congela ações de saúde mental no trabalho, mesmo com aumento de afastamentos por transtornos.
Foto: Reprodução
Ouvir a notícia:
Empresas congelam ações de saúde mental enquanto aguardam nova NR-1 em 2026
Ouvir a notícia
Empresas congelam ações de saúde mental enquanto aguardam nova NR-1 em 2026 - Empresas congelam ações de saúde mental enquanto aguardam nova NR-1 em 2026
A prorrogação da nova Norma Regulamentadora 1 (NR-1) para 2026 resultou em um congelamento de ações de saúde mental nas empresas. Essa situação ocorre em um cenário onde o Brasil registrou, no último ano, 472 mil afastamentos por transtornos mentais, o maior número da última década.
O adiamento da norma gerou incertezas sobre as sanções, levando muitas organizações a suspender iniciativas de bem-estar. O médico-psicanalista André Fusco destaca que a urgência em implementar mudanças não deve depender apenas do risco de multas, mas sim da realidade do sofrimento humano.
A abordagem do bem-estar corporativo precisa ser repensada. Embora programas como meditação e terapia sejam importantes, eles não devem ser a única resposta. Fusco alerta que, ao oferecer apenas soluções individuais, as empresas transferem a responsabilidade do adoecimento para os trabalhadores.
Necessidade de Mudanças Estruturais
A saúde mental no trabalho deve ser tratada com a mesma seriedade que lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). O reconhecimento da Síndrome de Burnout como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde foi um marco nesse sentido.
Fusco propõe a Ergonomia Mental, que analisa o que no ambiente de trabalho gera saúde ou sofrimento. Essa abordagem visa promover intervenções estruturais em processos e práticas de gestão, criando ambientes mais saudáveis e produtivos.
Investir em saúde mental não é um gasto, mas sim uma oportunidade de redesenhar o trabalho de forma mais empática e colaborativa. Se as empresas não enfrentarem as causas estruturais do sofrimento, os custos humanos e financeiros continuarão a aumentar.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.