Veganismo na infância: 10 informações essenciais para pais e responsáveis

O veganismo tem se expandido globalmente, com cerca de 3% da população mundial seguindo essa dieta em 2018. Nos Estados Unidos, a taxa é de 1%, enquanto no Reino Unido, 3% da população, aproximadamente 2 milhões de pessoas, adotam o veganismo. Essa escolha alimentar é motivada por preocupações ambientais e éticas, além de benefícios à saúde.

Recentes estudos indicam que dietas veganas podem ser seguras para crianças, desde que bem planejadas. No entanto, há preocupações sobre deficiências nutricionais, especialmente de vitamina B12 e cálcio, que podem afetar o crescimento e a saúde óssea. Especialistas de organizações alimentares dos EUA e do Reino Unido afirmam que uma dieta vegana equilibrada é adequada para crianças, enquanto autoridades de países como Alemanha e França expressam reservas.

Pesquisas mostram que dietas baseadas em plantas oferecem benefícios significativos, como a redução do risco de doenças cardíacas e metabólicas. A cientista nutricional Federica Amati destaca que veganos apresentam níveis mais baixos de colesterol LDL e menor risco de obesidade. Contudo, a deficiência de vitamina B12 é um risco, pois essa vitamina é encontrada principalmente em produtos de origem animal.

Nutrientes Essenciais

Além da vitamina B12, crianças veganas podem carecer de ácidos graxos ômega-3, essenciais para a saúde cerebral. Embora o ácido alfa-linolênico (ALA) esteja presente em sementes de chia e linhaça, ele não oferece os mesmos benefícios que o EPA e DHA, encontrados em peixes. Deficiências de cálcio e vitamina D também são preocupantes, pois esses nutrientes são cruciais para a saúde óssea.

Casos isolados de desnutrição em crianças veganas foram registrados, levando a hospitalizações. Em 2016, uma criança em Milão apresentou níveis perigosamente baixos de cálcio. Em 2017, um caso trágico na Bélgica resultou na condenação dos pais de um bebê que recebeu apenas leite vegetal.

Planejamento Alimentar

Um estudo de 2021 com crianças polonesas revelou que, embora muitas crianças veganas tomem suplementos de vitamina B12, elas apresentam níveis mais baixos de cálcio e maior risco de deficiências nutricionais. Apesar disso, as crianças veganas tendem a ser mais magras e com colesterol mais baixo. No entanto, a pesquisa também indicou que elas podem ser, em média, 3 a 4 cm mais baixas que as onívoras.

A densidade mineral óssea das crianças veganas foi 6% menor, aumentando o risco de osteoporose. A nutricionista Malgorzata Desmond ressalta que a qualidade da proteína vegetal pode influenciar o crescimento. Para garantir uma dieta vegana saudável, é essencial incluir alimentos fortificados e considerar a suplementação.

Os especialistas recomendam que os pais se informem sobre nutrientes críticos e consultem nutricionistas pediátricos para planejar adequadamente a alimentação de seus filhos. A luz solar também é importante para a produção de vitamina D, e uma dieta variada é fundamental para evitar deficiências.