Exercícios alinhados à sua personalidade aumentam prazer e resultados na atividade física

Personalidade e Exercícios: A Nova Abordagem para Incentivar a Atividade Física

Uma pesquisa publicada na revista Frontiers in Psychology revela que diferentes traços de personalidade influenciam a preferência por tipos de exercícios, sugerindo que abordagens personalizadas podem ajudar a motivar sedentários. O estudo, liderado por Flaminia Ronca, da University College London, analisou como características como extroversão e neuroticismo afetam a prática de atividades físicas.

Os pesquisadores observaram que pessoas extrovertidas tendem a preferir treinos de alta intensidade em grupo, como esportes coletivos. Em contrapartida, indivíduos com altos níveis de neuroticismo optam por exercícios mais leves e em ambientes privados, onde se sentem menos expostos. A pesquisa destaca que apenas 22,5% dos adultos e 19% dos adolescentes globalmente atingem as 150 minutos de atividade física recomendados pela OMS.

Abordagem Personalizada

Ronca enfatiza que entender a personalidade pode ser a chave para engajar mais pessoas na prática de exercícios. Angelina Sutin, da Florida State University, que não participou do estudo, complementa que uma abordagem mais personalizada pode ser mais eficaz do que recomendações genéricas. Para aqueles com alta neuroticismo, por exemplo, exercícios de baixa intensidade podem ser mais atraentes e igualmente benéficos.

O estudo envolveu 132 participantes, que responderam a um questionário sobre suas personalidades e realizaram testes de aptidão física. Os resultados mostraram que, embora todos os grupos melhorassem sua condição física, a satisfação com os exercícios variou. Extrovertidos relataram maior prazer em atividades intensas, enquanto os neuroticos preferiram sessões leves em casa.

Impacto no Estresse

Os pesquisadores também notaram que pessoas com altos níveis de neuroticismo apresentaram uma redução significativa no estresse após oito semanas de exercício, mais do que outros grupos. Ronca afirma que isso é um indicativo poderoso de que o exercício pode ser uma ferramenta eficaz para a gestão do estresse.

Os autores do estudo esperam que suas descobertas incentivem a busca por formas alternativas de exercício que se alinhem melhor com as preferências individuais, especialmente em um contexto onde a pressão por atividades físicas tradicionais pode ser estressante para muitos.