Banheira de gelo acelera recuperação muscular, mas deve ser usada com cautela

A banheira de gelo, ou imersão em água gelada, é uma prática comum entre atletas para acelerar a recuperação muscular. Recentes entrevistas com especialistas revelam que, embora a técnica possa ser benéfica para a recuperação imediata, seu uso deve ser moderado e estratégico, especialmente para pessoas com condições médicas.

O professor de Fisiologia do Exercício, Alvaro Reischak-Oliveira, explica que a imersão em água com temperaturas entre 10°C e 15°C promove vasoconstrição, reduzindo o fluxo sanguíneo e, consequentemente, a inflamação muscular. Após a imersão, ocorre vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo e facilitando a remoção de metabólitos inflamatórios. A técnica também ajuda a controlar a temperatura corporal após exercícios intensos.

Os especialistas destacam que a banheira de gelo pode ser eficaz na redução da dor muscular tardia e na aceleração da recuperação. O cardiologista José Antônio Caldas Teixeira ressalta que, quando usada moderadamente, a técnica pode beneficiar o sistema imunológico. No entanto, o uso excessivo pode elevar os níveis de cortisol e prejudicar a imunidade.

Riscos e Contraindicações

Apesar dos benefícios, a técnica não é isenta de riscos. Reischak-Oliveira alerta para possíveis complicações, como hipotermia e comprometimento da função cardiovascular. A imersão é contraindicada para pessoas com doenças cardiovasculares, diabetes e neuropatias periféricas. O fisioterapeuta Mauro Melo acrescenta que o choque térmico pode ser perigoso, especialmente para indivíduos com condições pré-existentes.

Recomendações para Uso Seguro

Os especialistas recomendam que a banheira de gelo seja utilizada com cautela. Sugestões incluem iniciar com imersões curtas, de 1 a 5 minutos, e aumentar gradualmente. É importante evitar o uso diário e combinar a técnica com outras formas de recuperação, como massagens e compressão. Avaliações médicas são essenciais para quem possui condições de saúde preexistentes.