Saúde

Dieta carnívora: nutricionista critica a tendência e aponta riscos à saúde

A "Dieta Carnívora" promove consumo exclusivo de alimentos de origem animal. Estudos sobre a dieta são escassos e frequentemente falhos, levantando preocupações. Influenciadores e médicos defendem a dieta, mas especialistas alertam sobre riscos. Shawn Baker, defensor da dieta, usa evidências anedóticas e falácias em suas alegações. A literatura científica sugere que dietas variadas são essenciais para a saúde.

Reduzir 50% do consumo de carne no planeta pode contribuir para 31% de redução de gases do efeito estufa consequentes da agropecuária. (Foto: Ligia Skowronski/VEJA)

Reduzir 50% do consumo de carne no planeta pode contribuir para 31% de redução de gases do efeito estufa consequentes da agropecuária. (Foto: Ligia Skowronski/VEJA)

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A "Dieta Carnívora", que defende o consumo quase exclusivo de alimentos de origem animal, tem gerado controvérsias significativas. A proposta elimina frutas, verduras e legumes, permitindo apenas algumas exceções, como óleos vegetais. Críticos apontam que essa abordagem pode ser prejudicial à saúde, uma vez que não há evidências científicas robustas que sustentem os benefícios alegados por seus defensores, que frequentemente utilizam evidências anedóticas e fazem cherry picking de estudos.

Historicamente, a dieta remonta ao cirurgião escocês John Rollo, que em 1796 tratou um paciente diabético com uma alimentação baseada em carne. Rollo acreditava que a abstinência de vegetais era a chave para o tratamento. Outros médicos, como Arnaldo Cantani e James Henry Salisbury, também prescreveram dietas semelhantes, baseando-se em teorias que hoje são consideradas equivocadas. Atualmente, Shawn Baker é um dos principais defensores da dieta, promovendo-a em mídias sociais e publicações, apesar das críticas de nutricionistas que alertam sobre os riscos associados.

Estudos recentes que tentam validar a dieta, como o de 2021 que analisou 2029 adultos, apresentam limitações significativas, como a falta de avaliações objetivas e a dependência de relatos pessoais. Esses relatos não constituem evidências científicas confiáveis, e a literatura sobre a dieta é escassa, com muitos estudos sendo relatos de casos ou questionários online. A dieta carnívora é frequentemente criticada por sua falta de fundamentação científica e por promover uma visão simplista da nutrição.

A American Heart Association recomenda uma alimentação variada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, em contraste com a abordagem restritiva da Dieta Carnívora. A evidência acumulada ao longo de décadas indica que uma dieta equilibrada é fundamental para a saúde, e a eliminação de grupos alimentares inteiros pode ser prejudicial. A conclusão é clara: uma alimentação diversificada e moderada é essencial para a saúde a longo prazo.

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