Saúde

Pesquisadores da USP detectam microplásticos no cérebro de oito moradores de São Paulo

Pesquisadores da FM USP encontraram microplásticos no cérebro de oito pessoas. As partículas variavam de 5,5 µm a 26,4 µm, principalmente polipropileno. O bulbo olfatório foi analisado, sugerindo via de entrada para o cérebro. Microplásticos podem causar inflamação e danos celulares, preocupando especialistas. A pesquisa destaca a necessidade urgente de entender os efeitos na saúde.

Microplásticos são partículas pequenas de plásticos que contaminam água e solo e podem ser ingeridos por pessoas e animais, trazendo riscos à saúde (Foto: Alistair Berg/GettyImages)

Microplásticos são partículas pequenas de plásticos que contaminam água e solo e podem ser ingeridos por pessoas e animais, trazendo riscos à saúde (Foto: Alistair Berg/GettyImages)

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Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) descobriram partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram em São Paulo por pelo menos cinco anos. O estudo, apoiado pela FAPESP e pela ONG holandesa Plastic Soup, analisou amostras do bulbo olfatório, uma estrutura cerebral que pode permitir a entrada de partículas e microrganismos. As autópsias foram realizadas no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os cientistas utilizaram equipamentos antigos e seguiram rigorosos protocolos de limpeza para evitar contaminações.

As partículas de microplástico encontradas variavam de 5,5 µm a 26,4 µm, com a maioria na forma de fragmentos ou esferas. Os pesquisadores identificaram que 44% das amostras continham polipropileno (PP), um dos plásticos mais comuns, além de poliamida, polietileno acetato de vinila e polietileno. A presença de microplásticos no cérebro é preocupante, pois este órgão é protegido pela barreira hematoencefálica, que dificulta a entrada de substâncias indesejadas.

Um estudo norte-americano não publicado sugere que os microplásticos podem se acumular no cérebro mais do que em outros órgãos. Os pesquisadores observaram que a concentração de micro e nanoplásticos no cérebro aumentou significativamente entre 2016 e 2024, com 8.861 microgramas por grama de tecido cerebral nas amostras mais recentes. A pesquisa destaca a necessidade de mais estudos para entender os efeitos dos microplásticos na saúde humana, especialmente considerando que esses materiais já foram encontrados em diversos órgãos e fluidos corporais.

Embora a detecção de microplásticos no corpo humano seja alarmante, ainda há lacunas no conhecimento sobre seus efeitos. Pesquisadores alertam que a exposição a micro e nanoplásticos pode provocar inflamações e danos celulares, mas os impactos a longo prazo na saúde humana permanecem incertos. A crescente produção de plásticos e a dificuldade em controlar a poluição plástica exigem ações imediatas para mitigar os riscos associados a esses contaminantes.

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