Síndrome de burnout é reconhecida como doença ocupacional pela OMS no Brasil

A síndrome de burnout, caracterizada por esgotamento físico e mental relacionado ao trabalho, foi oficialmente classificada como uma questão de saúde pública no Brasil. Essa inclusão na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) entrou em vigor na primeira semana de 2024. Com essa nova classificação, os trabalhadores diagnosticados com burnout terão os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários que aqueles com outras doenças ocupacionais, sendo que o código QD85 será utilizado nos atestados médicos.

Um levantamento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) revela que cerca de 30% da força de trabalho no Brasil sofre com a síndrome, posicionando o país como o segundo no mundo em número de casos. A questão já era discutida anteriormente, com a aprovação, no ano passado, de uma medida pela Câmara dos Deputados que visa a inclusão de cuidados para pessoas com burnout no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, uma pesquisa da Indeed mostrou que quase 60% dos trabalhadores se sentem estressados frequentemente, enquanto apenas 20% acreditam estar prosperando em suas funções.

A OMS define a síndrome de burnout como um fenômeno resultante de estresse crônico no ambiente de trabalho que não foi adequadamente gerido. É importante destacar que essa condição está diretamente relacionada às relações de trabalho e não deve ser confundida com estresse em outros contextos da vida. O Ministério da Saúde classifica a síndrome como um distúrbio emocional, cujos principais sintomas incluem estresse, cansaço extremo e esgotamento físico.