04 de mai 2025
Empresas começam a reconhecer riscos psicossociais e saúde mental no trabalho
Mudanças na Norma Regulamentadora 1 (NR 1) reconhecem riscos psicossociais no trabalho, refletindo a nova demanda por saúde mental nas empresas.
Vivemos na chamada sociedade do desempenho, em que a pressão não vem apenas do chefe: ela está internalizada (Foto: Tartila/Adobe Stock)
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A nova redação da Norma Regulamentadora 1 (NR-1), que entra em vigor neste mês, reconhece os riscos psicossociais no ambiente de trabalho, como ansiedade e estresse. Essa mudança reflete uma nova abordagem sobre a saúde mental dos trabalhadores, que historicamente foi negligenciada.
O crescimento dos transtornos mentais associados ao trabalho tem gerado altos índices de afastamento e dificuldades de retenção de profissionais. O adoecimento psíquico se tornou uma característica da sociedade contemporânea, onde a pressão por desempenho é internalizada. Os trabalhadores, agora, se veem como gestores de si mesmos, respondendo a e-mails fora do horário e gerenciando suas metas pessoais.
As novas gerações buscam mais do que um salário; elas desejam propósito e saúde emocional. O conceito de carreira estável em uma única empresa parece ultrapassado. As empresas precisam adotar uma nova visão, promovendo um ambiente que valorize a saúde mental como parte integral da cultura organizacional.
Mudança Cultural Necessária
A proposta de "ecosofia", do filósofo Félix Guattari, sugere que o cuidado deve abranger três dimensões: o ambiente, as relações sociais e o mundo interno de cada pessoa. Ignorar qualquer uma dessas esferas compromete o sistema como um todo. Portanto, a saúde no trabalho não deve ser vista apenas como ergonomia, mas como um aspecto essencial da vida profissional.
Embora normas como a NR-17 já abordem fatores biopsicossociais, a mudança necessária vai além da legislação. Políticas eficazes de saúde ocupacional são fundamentais para criar um ciclo virtuoso de produtividade e bem-estar nas organizações. A transformação cultural deve ser uma prática cotidiana, onde cuidar da saúde mental não seja uma exceção, mas uma prioridade.
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