Beber álcool: riscos e benefícios em debate nas novas diretrizes alimentares dos EUA

A maioria dos adultos nos Estados Unidos consome álcool, mas cresce a preocupação sobre os efeitos do consumo moderado na saúde. Pesquisas recentes apoiam essas preocupações, enquanto dois relatórios governamentais indicam que podem existir benefícios potenciais, além dos riscos. As Diretrizes Dietéticas atuais recomendam que homens limitem a ingestão a duas doses diárias e mulheres a uma. Com a revisão dessas diretrizes prevista para este ano, as opiniões públicas estão mudando, com uma nova pesquisa da CNN mostrando que metade dos adultos acredita que o consumo moderado é prejudicial à saúde, um aumento significativo em relação a duas décadas atrás.

A pesquisa também revelou que apenas 8% dos adultos consideram o consumo moderado benéfico, enquanto 43% afirmam que não faz diferença. A Organização Mundial da Saúde declarou que "nenhum nível de consumo de álcool é seguro". O Cirurgião Geral Dr. Vivek Murthy destacou a relação entre álcool e câncer, afirmando que o álcool é responsável por cerca de 100 mil casos de câncer e 20 mil mortes anuais nos EUA. Uma ampla maioria de 74% do público apoia novos rótulos em bebidas alcoólicas alertando sobre esses riscos.

Os relatórios que informam as diretrizes alimentares reforçam a ligação entre álcool e câncer, mas também apontam possíveis benefícios do consumo moderado, como menor risco de ataque cardíaco e mortalidade geral. No entanto, especialistas alertam que a ciência não é conclusiva e que o consumo de álcool não deve ser visto como uma prática saudável. Dr. Ned Calonge, que participou do relatório das Academias Nacionais, enfatiza que a mortalidade geral não deve ser usada como um indicador simplista da relação entre álcool e saúde.

Apesar das incertezas, muitos especialistas concordam que os riscos associados ao consumo de álcool são significativos. Dr. Ahmed Tawakol, cardiologista, observa que, embora o álcool possa ter alguns efeitos benéficos, os efeitos colaterais são inaceitáveis. A pesquisa da CNN também mostra que quatro em cada dez adultos não bebem, e a participação no Dry January é crescente, especialmente entre os mais jovens, indicando uma mudança nas atitudes em relação ao consumo de álcool.