26 de mar 2025
Consumo moderado de álcool pode reduzir mortalidade, aponta relatório da NASEM
Relatório da NASEM revela que, embora a ingestão moderada de álcool possa reduzir a mortalidade, ela também é um fator de risco para câncer.
Foto: Reprodução
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A National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine (NASEM) dos Estados Unidos divulgou em janeiro de 2024 um relatório intitulado “Review of Evidence on Alcohol and Health”. Este documento servirá como base para as recomendações dietéticas do Departamento de Saúde americano para o período de 2025 a 2030. O relatório, que compila dados globais, sugere que a consumo moderado de álcool — definido como menos de 25 gramas por dia para homens e menos de 15 gramas para mulheres — está associado a uma redução da mortalidade por todas as causas.
Entretanto, o texto também destaca que, apesar dos benefícios cardiovasculares, o álcool é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de certos tipos de câncer, como os de mama e colorretal. O relatório não faz distinção entre os tipos de bebidas alcoólicas, como vinho, cerveja ou destilados, o que é um ponto importante no debate sobre os efeitos do álcool na saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma postura mais cautelosa, afirmando que “nenhuma quantidade de álcool é segura para a saúde”, questionando a validade dos grupos de controle nas pesquisas que analisam os efeitos do álcool.
Os efeitos do etanol são complexos e paradoxais. Embora possa ser cancerígeno e pro-inflamatório, a ingestão moderada parece ter propriedades benéficas, como a promoção de processos antioxidantes e a redução da hipertensão. O relatório observa que o benefício da ingestão moderada pode ser potencializado pela presença de polifenóis antioxidantes encontrados no vinho. A relação entre a quantidade de álcool consumido e a mortalidade é clara: enquanto doses baixas estão associadas a uma diminuição da mortalidade, o aumento do consumo leva a um aumento nos riscos.
Essas descobertas são relevantes em um contexto onde o debate sobre políticas públicas e saúde pública em relação ao álcool é intenso. A análise dos dados sugere que, embora a moderação possa trazer benefícios, é crucial considerar fatores como o histórico de saúde dos abstêmios e as condições socioeconômicas dos consumidores moderados. O relatório da NASEM, portanto, traz à tona questões importantes que merecem atenção e discussão contínua.
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