Saúde

Bactérias estudadas dominam pesquisas, enquanto 74% permanecem ignoradas

Estudo revela que 74% das 43 mil espécies bacterianas são pouco exploradas. Apenas dez espécies concentram metade das publicações científicas sobre bactérias. Escherichia coli representa mais de 20% dos artigos, devido a sua relevância. Subnotificação de infecções ocorre por falta de pesquisa em microrganismos desconhecidos. Investigar bactérias menos estudadas pode beneficiar saúde e processos industriais.

Placa de Petri com meio de cultura e estirpes de bactérias E. coli enterohemorrágica (EHEC), em hospital universitário na Alemanha (Foto: ChristIan Charisius/AFP/VEJA)

Placa de Petri com meio de cultura e estirpes de bactérias E. coli enterohemorrágica (EHEC), em hospital universitário na Alemanha (Foto: ChristIan Charisius/AFP/VEJA)

Ouvir a notícia

Bactérias estudadas dominam pesquisas, enquanto 74% permanecem ignoradas - Bactérias estudadas dominam pesquisas, enquanto 74% permanecem ignoradas

0:000:00

As bactérias, que surgiram na Terra há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, continuam a ser fundamentais para a evolução do planeta e a sobrevivência dos seres vivos. Um estudo recente, publicado no repositório bioRxiv, destaca que, embora dez espécies bacterianas representem metade das publicações científicas sobre microrganismos, cerca de 74% das 43 mil espécies conhecidas ainda não foram investigadas em profundidade. Paul Jensen, autor do estudo, afirma que "aprendemos muito sobre um pequeno número de espécies".

A Escherichia coli, por exemplo, é responsável por mais de 20% dos artigos publicados sobre bactérias, devido à sua associação com doenças comuns, como tuberculose e infecções. Clara Bastos, pesquisadora da Universidade de São Paulo, ressalta que muitas bactérias que causam problemas em humanos e lavouras são subnotificadas por não serem bem conhecidas. Isso se deve, em parte, à dificuldade de financiamento para pesquisas sobre organismos menos estudados.

Bastos investiga a Chromobacterium violaceum, uma bactéria com apenas 1.215 artigos publicados, em comparação com mais de 4 mil sobre a Coxiella burnetti, a 50ª mais estudada. Embora a infecção por Chromobacterium seja rara, ela pode ser fatal, e muitos casos podem não ser notificados. Jensen complementa que muitos microrganismos do microbioma humano saudável não estão entre os mais estudados, o que representa um problema.

A ampliação das pesquisas sobre essas bactérias pode trazer benefícios significativos, não apenas para a saúde humana, mas também para o equilíbrio dos microbiomas e processos industriais. O estudo sugere que um maior conhecimento sobre esses microrganismos pode ajudar a identificar e mitigar problemas relacionados a infecções e contribuir para a ciência de forma mais ampla.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela