Saúde

Superbactérias causam até oito vezes mais mortes do que o previsto, revela estudo

Estudo revela que mortes por superbactérias na Espanha chegam a 24.000 em 2023. Pesquisa envolveu 130 hospitais e foi liderada pela SEIMC, destacando a gravidade. Cifra é até oito vezes maior que estimativas anteriores do Ministério da Saúde. Infeções do trato urinário são as mais comuns, mas pneumonias têm maior mortalidade. Modelo de pesquisa pode ser replicado em outros países para monitorar infecções.

Cultivo de bactérias 'E. coli' em um laboratório (Foto: Ted Horowitz Photography/Getty Images)

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A medicina fez um avanço significativo em 1928 com a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, revolucionando o tratamento de infecções bacterianas. Quase um século depois, a luta contra as superbactérias, que desenvolveram resistência a antibióticos, se intensifica. Um estudo recente, envolvendo 130 hospitais na Espanha e liderado pela Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica (SEIMC), revela que as mortes causadas por essas superbactérias podem ser até oito vezes superiores às estimativas anteriores do Ministério da Saúde.

Em 2023, aproximadamente 170.000 pacientes foram diagnosticados com infecções por bactérias multirresistentes, resultando em 24.000 mortes nos 30 dias seguintes. Esses números superam amplamente as estimativas anteriores, que variavam de 3.058 mortes em 2015 a 6.220 mortes em 2019, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). José Miguel Cisneros, chefe de Infectologia do Hospital Virgen del Rocío, enfatiza a gravidade da situação, mas acredita que um melhor entendimento do problema pode levar a soluções mais eficazes.

O estudo da SEIMC, que mobilizou quase 300 especialistas, analisou a evolução de pacientes em hospitais, coletando dados de quase 200.000 hospitalizados. Os pesquisadores identificaram que 45,6% das infecções foram adquiridas dentro dos próprios hospitais, embora isso represente uma leve melhora em relação a estudos anteriores. As infecções do trato urinário foram as mais comuns, representando 42,7% do total, enquanto as pneumonias foram responsáveis pela maior mortalidade.

Especialistas como Bruno González-Zorn, da Universidade Complutense de Madrid, e Pere Godoy, ex-presidente da Sociedade Espanhola de Epidemiologia, destacam a importância do estudo, que oferece uma visão mais precisa da mortalidade associada às superbactérias. Apesar de algumas limitações, como a amostragem voluntária dos hospitais, o estudo é considerado um passo importante na luta contra as resistências antimicrobianas, sugerindo a necessidade de monitoramento contínuo e desenvolvimento de programas de controle em diferentes contextos de saúde.

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