Creatina: verdades e mitos sobre o suplemento mais popular entre os atletas

A creatina, descoberta em 1832 pelo químico francês Michel Chevreul, ganhou destaque nas últimas décadas, especialmente após estudos clínicos na década de 1990 que demonstraram seus benefícios para atletas. Inicialmente restrita a praticantes de esportes, a substância viu sua popularidade crescer exponencialmente, refletida em um aumento de quatro vezes nas buscas online desde 2020 e tornando-se o item mais vendido no Mercado Livre em 2022, superando até o whey protein.

O preço da creatina também disparou, passando de R$ 41 há cinco anos para R$ 110 atualmente. Segundo o nutricionista Hamilton Roschel, a creatina é um dos suplementos mais estudados e com benefícios cientificamente comprovados, embora sua eficácia dependa da prática regular de exercícios. A revisão feita por especialistas, incluindo Roschel, desmistifica crenças populares, como a de que a creatina afeta a fertilidade ou causa câncer.

A principal função da creatina é auxiliar na manutenção e aumento da massa muscular, melhorando a força e a potência durante atividades físicas. O educador físico Bruno Gualano ressalta que, embora seja mais benéfica para atletas, amadores também podem utilizá-la, desde que ajustem suas expectativas. Grupos como vegetarianos e idosos podem se beneficiar ainda mais, já que a creatina é predominantemente encontrada em alimentos de origem animal.

Pesquisas atuais estão explorando novos potenciais da creatina, como seu impacto na saúde óssea e na cognição. A recomendação é que o uso do suplemento seja feito sob orientação profissional, especialmente devido à presença de produtos adulterados no mercado. A nutricionista Débora Moreira alerta sobre a importância de verificar a reputação das marcas e consultar listas de produtos aprovados por entidades reguladoras, garantindo assim uma escolha segura e eficaz.