Falsas esperanças: o alerta sobre curas naturais e os riscos à saúde

A era digital tem facilitado o acesso à informação, mas também propiciado a disseminação de conteúdos prejudiciais, especialmente na área da saúde. O câncer, uma doença grave, é alvo de narrativas falsas sobre “curas milagrosas” que se espalham rapidamente nas redes sociais. A série da Netflix, Vinagre de Maçã, retrata a história de Belle Gibson, um exemplo claro dos riscos que essas informações podem trazer, especialmente para pacientes vulneráveis que buscam alternativas desesperadamente.

A indústria do bem-estar, que movimentou US$ 6,32 trilhões em 2023, segundo o Global Wellness Institute, desempenha um papel crucial na propagação dessas falsas esperanças. Influenciadores sem formação médica promovem tratamentos sem respaldo científico, desviando pacientes de opções terapêuticas comprovadas. Isso pode resultar em atrasos no tratamento adequado, interferência em protocolos médicos e agravamento do quadro clínico.

Carlos Gil Ferreira, oncologista e diretor médico da Oncoclínicas&Co, destaca a importância de orientar pacientes a buscar fontes confiáveis de informação. Ele enfatiza que a medicina baseada em evidências é uma necessidade, não um luxo. Com a previsão de 704 mil novos casos de câncer no Brasil em 2025, a educação médica e do paciente é essencial para combater a desinformação.

A verdadeira cura não está em promessas vazias, mas no compromisso com o conhecimento médico e no acompanhamento rigoroso com especialistas. Ferreira ressalta que a responsabilidade dos profissionais de saúde é desarmar a desinformação por meio de conhecimento, ética e compaixão, promovendo uma abordagem fundamentada em tratamentos eficazes.