Saúde

Estudo revela que influenciadores disseminam informações enganosas sobre exames médicos nas redes sociais

Estudo da Universidade de Sydney revela desinformação sobre exames médicos. Mais de 80% das postagens analisadas não mencionam riscos dos testes. Testes como AMH e testosterona podem levar a diagnósticos desnecessários. Influenciadores promovem informações enganosas para quase 200 milhões de seguidores. Pesquisadores buscam regulamentação para combater a desinformação nas redes sociais.

Segundo os médicos, esses testes aumentam o potencial de pessoas saudáveis receberem diagnósticos desnecessários, o que pode impactar na saúde mental das pessoas. (Foto: Freepik)

Segundo os médicos, esses testes aumentam o potencial de pessoas saudáveis receberem diagnósticos desnecessários, o que pode impactar na saúde mental das pessoas. (Foto: Freepik)

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Um estudo global da Universidade de Sydney, publicado no JAMA Network Open, revela que influenciadores digitais estão disseminando informações extremamente enganosas sobre exames médicos nas redes sociais Instagram e TikTok. A pesquisa analisou cerca de mil postagens sobre cinco testes de triagem médica controversos, que alcançaram quase 200 milhões de seguidores. Os testes em questão incluem exames de ressonância magnética de corpo inteiro, testes genéticos para identificar sinais precoces de câncer, exames de sangue para níveis de testosterona, o teste do hormônio antimulleriano (AMH) e o teste do microbioma intestinal.

A maioria das postagens analisadas não apresentava referências a evidências científicas e eram impulsionadas por interesses financeiros, sem mencionar os potenciais danos dos testes. Especialistas alertam que esses exames têm evidências limitadas de benefício em pessoas saudáveis, podendo resultar em sobrediagnóstico e tratamentos desnecessários. Brooke Nickel, líder da pesquisa, destacou que “a grande maioria dessas postagens era extremamente enganosa”, enfatizando que muitos testes são desnecessários e que a ciência que os apoia é instável.

A análise revelou que mais de 80% das postagens não mencionavam riscos associados aos testes. Nickel exemplificou o teste de AMH, frequentemente promovido como uma medida de fertilidade, mas considerado não confiável pelos especialistas. Ela alertou que resultados baixos podem levar a intervenções de fertilidade desnecessárias. O teste de testosterona, por sua vez, é comercializado para homens com promessas de aumento de masculinidade, mas sua segurança a longo prazo ainda é desconhecida, o que representa um risco à saúde.

Os pesquisadores consideram essa situação uma crise de saúde pública, que agrava o sobrediagnóstico e ameaça a sustentabilidade dos sistemas de saúde. O copesquisador Ray Moynihan e outros membros da equipe estão buscando formas de regular melhor a disseminação de informações médicas enganosas nas mídias sociais. Josh Zadro, coautor do estudo, ressaltou a urgência de uma regulamentação mais forte, especialmente à medida que plataformas como Instagram se afastam da verificação de fatos em seu conteúdo.

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